Cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, afirmam ter atingido o ponto de “ignição de fusão nuclear” em testes de ambiente controlado, estabelecendo um novo limite energético e recriando temperaturas extremas, encontradas naturalmente apenas em estrelas como o Sol, por exemplo.
Compreende-se por “ignição” o ponto energético onde uma fusão nuclear se torna auto suficiente. Em outras palavras, a reação energética não precisa – ou deixa de precisar – de estímulos externos para se manter firme, por ela produzir mais energia do que o é necessário. Esse tipo de fenômeno ocorre rotineiramente em estrelas, mas é algo bem difícil de ser reproduzido em ensaios de laboratório.
A ignição de fusão nuclear nos coloca próximos de fontes de energia que não são apenas mais limpas, como também têm potencial para serem inesgotáveis.
Segundo o professor Jeremy Chittenden, da Faculdade Imperial de Londres (London Imperial College) e ligado ao Lawrence Livermore, “a demonstração da ignição tem sido um dos maiores desafios científicos desde que a ideia foi proposta, há quase 50 anos. Foi ela a principal razão da construção da Instalação Nacional de Ignição, NIF, e é o nosso objetivo primário há mais de uma década”.
O NIF é um departamento interno do laboratório dos Estados Unidos.
“Os resultados dos experimentos ao longo dos últimos 10 anos têm sido mais promissores, já que pequenos aprimoramentos na potência energética da fusão são grandemente aprimorados pelo processo de ignição”, disse Chittenden. “O ritmo de melhoria tem sido rápido, sugerindo que nós possamos, logo menos, atingir mais e mais recordes de energia, como por exemplo superar o limite de energia despendida nos lasers usados para iniciar o processo”.
Hoje em dia, a energia nuclear é trabalhada por um processo de “fissão”, isto é, átomos são partidos para gerar essa energia. É um método bastante seguro, mas na eventualidade de um acidente, é fácil a situação se tornar catastrófica – lembre-se de Chernobyl em 1986, ilha Three Mile em1979 e Fukushima em 2011, por exemplo.
Além do mais, esse método é finito, isto é, eventualmente, essa energia acaba, e o processo também pode gerar o chamado lixo radioativo.
A fusão nuclear funciona de forma diferenciada: ela força a união entre átomos de hidrogênio para gerar o que chamamos de capacidade energética muitas vezes maior, mais limpa e claro auto suficiente. Dá para entender o motivo de isso ser algo tão buscado por cientistas, mas até hoje, os resultados nunca haviam conseguido criar esse processo de forma sustentável – todos os experimentos considerados positivos gastaram mais energia do que o volume produzido.
Com o experimento de hoje, isso não alterou. Portanto, ele foi o primeiro na história a chegar ao chamado “ponto de ignição de fusão nuclear”. De uma forma extremamente básica, isso significa que os cientistas atingiram um volume de produção energética muito maior do que qualquer outra situação experimentada antes.
“Ainda que o NIF seja um experimento da Física e não tenha o objetivo de produzir energia pela fusão, esse incrível resultado significa que esse sonho está próximo de ser realidade”, disse Chittenden. “Nós conseguimos provar que é possível atingir a ignição, inspirando outros laboratórios e startups ao redor do mundo a trabalharem na produção de energia por fusão e reproduzir as mesmas condições usando métodos mais simples, mais robustos e, acima de tudo, mais baratos”.
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1 comentário
De onde vem a energia emitida pela fusão do deutério com o tríteo?
Qual é a fração de matéria ou partícula que se transforma em energia?
Como se explica a “massa” do deutério? (“peso excedente”)
Essa “massa” seria “visível” e “material” ou seria a chamada “MATÉRIA ESCURA”?
Essa “massa”escedente ou “escura” presente no deutério e transformada em energia
tem “peso”, ou melhor, causa força de atração ou “gravidade”?
porque ela aparece no deutério e desaparece no hélio4?
O proton ou neutron do deutério é “maior ou mais pesado” do que o proton e neutron do Hélio?
Eis a questão?