Recentemente, a Anatel anunciou uma investigação sobre as denúncias de que o iPhone 12 pode representar riscos à saúde devido à possível emissão de radiações eletromagnéticas acima dos limites permitidos. Essa notícia trouxe à tona preocupações antigas relacionadas ao uso de smartphones e seu potencial impacto na saúde, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de câncer.
Embora tenham se passado décadas desde que os celulares foram introduzidos, a questão continua a intrigar as pessoas. No entanto, especialistas apontam duas principais razões para essa preocupação: a radiação de radiofrequência emitida pelos aparelhos e o hardware geral dos dispositivos.
A preocupação mais comum relacionada aos smartphones é o potencial de causar câncer cerebral devido ao uso próximo à cabeça. No entanto, até o momento, não há evidências conclusivas que confirmem uma ligação direta entre dispositivos móveis e qualquer tipo de câncer.
Embora em 2018 um estudo realizado por cientistas nos Estados Unidos tenha sugerido que a radiação dos telefones poderia causar câncer, especificamente no tecido cardíaco, os testes foram conduzidos apenas em ratos e não forneceram evidências conclusivas. Além disso, uma revisão por pares do estudo encontrou algumas evidências de possível desenvolvimento de câncer no cérebro e nas glândulas suprarrenais, mas novamente não foram identificadas “evidências claras”.
É importante notar que todos os dispositivos móveis emitem uma quantidade muito pequena de radiação de radiofrequência no espectro eletromagnético. Por exemplo, os smartphones emitiam ondas com frequências entre 0,7 GHz e 2,7 GHz até o 4G, e com o 5G, essa frequência pode chegar a até 80 GHz. No entanto, a baixa energia e frequência dessas ondas são consideradas insuficientes para causar danos ao DNA humano ou desencadear mudanças que levariam ao desenvolvimento de câncer. Portanto, até o momento, não há evidências sólidas que comprovem que a radiação de smartphones cause câncer em seres humanos.
De acordo com a maioria dos estudos atualmente disponíveis, o único efeito notável associado ao uso de celulares é um leve aumento na temperatura da região próxima ao aparelho, como a mão, o bolso ou a cabeça. No entanto, esse aumento na temperatura não é considerado suficiente para causar danos à saúde dos usuários.
Para os cientistas, o maior risco atual do uso de dispositivos móveis está relacionado à distração que eles podem causar, especialmente durante a condução de veículos, o que pode resultar em acidentes de trânsito. Além disso, alguns especialistas sugerem a possibilidade de efeitos neurológicos em jovens devido ao uso excessivo de smartphones.
Em 2010, foi lançado o Estudo de Corte sobre Uso e Saúde de Telefones Celulares (COSMOSExit), que tem como objetivo acompanhar participantes com 18 anos ou mais por um período de 20 anos. Os resultados desse estudo podem fornecer evidências mais claras e conclusivas sobre a possível ligação entre a radiação de celulares e o desenvolvimento de câncer. Até que esses resultados estejam disponíveis, a questão permanece em aberto, mas, até o momento, não há evidências sólidas que comprovem que os celulares causam câncer em seres humanos.
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