Através de um telescópio localizado no Havaí, uma equipe do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, conseguiu determinar que um objeto misterioso em órbita da Terra não é um asteroide, mas sim um pedaço de um foguete.
Batizado de 2020 SO e descoberto em 17 de setembro, o objeto foi originalmente classificado como uma minilua, categoria esta que que descreve corpos espaciais que ficam presos temporariamente na órbita do nosso Planeta.
Mas desde o começo os cientistas acreditavam que pudesse ter origem artificial, devido à baixa velocidade relativa em relação à Terra. O principal especialista em asteroides da NASA, Paul Chodas, suspeitava que ele fosse o estágio superior de um foguete Centaur usado na missão Surveyor 2, de 1966, que deveria pousar na Lua, mas fracassou.
Observações iniciais estimavam que o objeto misterioso tinha tamanho compatível com o Centaur, 10 metros de altura por 3 metros de diâmetro. A suposição foi comprovada quando uma equipe liderada por Vishnu Reddy, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, usou um telescópio infravermelho no Havaí para observar o objeto e comparar suas características com outro Centaur, lançado em 1971, que também está em órbita da Terra.
“A notícia de hoje foi super gratificante!”, disse Chodas. “Foi o trabalho de equipe que resolveu este quebra-cabeças”.
O 2020 SO fez sua aproximação máxima da Terra na última terça-feira, dia 01 de dezembro, quando chegou a 50.476 quilômetros. Ele sairá de nossa vizinhança em março, continuando sua própria órbita ao redor do Sol, e só retornará em 2036.
A detecção do 2020 SO é mais um exemplo de nosso sistema de defesa planetária está em ação. Cientistas monitoram constantemente asteroides e objetos em volta da Terra para determinar se há risco de colisão com a superfície do Planeta ou com objetos em órbita, como a Estação Espacial Internacional.
Objetos a menos de 1,3 Unidades Astronômicas do Sol são classificados como NEOs, ou “Near Earth Objects” – Objetos próximos da Terra, sendo 1 AU a distância entre a Terra e o Sol.
Objetos com tamanho estimado em mais de 140 metros cuja órbita cruza a da Terra são chamados de PHOs – Potentially Hazardous Objects, ou “Objetos Potencialmente Perigosos”. Não importa a probabilidade de impacto com nosso Planeta, todos são colocados sob vigilância constante.
Caso haja uma probabilidade significativa de impacto, há protocolos para alertar as áreas do Planeta sob risco e avaliar medidas para mitigação dos danos. Felizmente, até o momento eles nunca precisaram ser acionados.
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