Os materiais não vivos estão cada vez mais se assemelhando aos seus equivalentes naturais em termos de funcionalidades. Apesar de não serem biológicos e de estarem longe de serem vida, esses materiais imitam o armazenamento de informações pelo cérebro e até exibem memória neuromórfica, impulsionando avanços em computação, armazenamento de dados, robótica e medicina. Agora, Jianye Gao e seus colegas da Universidade de Tsinghua e do Instituto Técnico de Física, na China, foram além, criando uma “matéria líquida artificial” que imita os ritmos naturais do coração e dos pulmões, permitindo seu uso em gerenciamento de funções biológicas.
Utilizando aglomerados de metal líquido hidratado (AMLH), uma abordagem incomum no campo da biomimética e biotecnologia, a equipe desenvolveu um método sinérgico de redução e soldagem eletroquímica que preservou as características estruturais dos AMLHs enquanto cresciam. Esses materiais passaram a exibir um “comportamento” pulsante, impulsionado por reações redox reversíveis que resultam em variações rítmicas em suas propriedades físicas, simulando os ritmos cardíacos e respiratórios dos tecidos vivos.
Os pesquisadores mostraram que a habilidade única dessa “matéria líquida” em gerar biorritmos se deve às suas características intrínsecas aquosas, dependendo da estrutura formada e da conversão de energia eletroquímica. Esse avanço representa um novo paradigma na fabricação de tecidos biônicos metálicos, superando a imitação de biotecidos ao oferecer funcionalidades avançadas.
Com essa abordagem rítmica, os AMLHs abrem portas para o desenvolvimento de sistemas robóticos inovadores, incluindo corações artificiais, pulmões capazes de respiração e até robôs altamente avançados, redefinindo a fronteira entre a matéria artificial e os tecidos biológicos naturais.
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