Conforme um novo estudo recentemente publicado na renomada revista científica The Astrophysical Journal, uma equipe de cientistas conduziu uma série de simulações intrigantes para lançar luz sobre os enigmas que envolvem o planeta Saturno. Utilizando dados inseridos em supercomputadores, esses pesquisadores sugerem que uma colisão massiva pode ter sido o evento responsável pela formação dos icônicos anéis de Saturno.
Nesta pesquisa, conduzida por cientistas da NASA em colaboração com as universidades de Durham e Glasgow, no Reino Unido, a simulação apresenta evidências que apontam para a hipótese de que uma colisão ocorrida cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, envolvendo duas luas geladas, pode ter originado os notáveis anéis de Saturno. Supostamente, essas luas teriam tamanhos semelhantes às atuais Dione e Rhea, duas das luas do planeta.
Os cientistas conduziram aproximadamente 200 simulações distintas para explorar os desdobramentos de uma colisão entre as luas. Surpreendentemente, em muitas dessas simulações, os destroços resultantes da colisão foram identificados como os precursores dos impressionantes anéis de Saturno. Além disso, os fragmentos de rochas cósmicas remanescentes, que não foram absorvidos pelo planeta, podem ter contribuído para a formação das luas atualmente presentes.
Um dos autores do estudo, Vincent Eke, professor associado do Departamento de Física e Instituto de Cosmologia Computacional da Universidade de Durham, comentou sobre as descobertas, afirmando que: “Testamos uma hipótese relacionada à formação recente dos anéis de Saturno e descobrimos que o impacto envolvendo luas geladas pode ter fornecido material suficiente nas proximidades de Saturno para dar origem aos anéis que observamos hoje. Esse cenário naturalmente resulta em anéis ricos em gelo, uma vez que, durante as colisões entre as luas progenitoras, a rocha presente nos núcleos dos corpos colidindo se dispersa menos do que o gelo que os revestia.”

(Fonte: NASA/Universidade de Durham/Universidade de Glasgow/Jacob Kegerreis/Luís Teodoro)
Supercomputadores e Anéis de Saturno
A maior parte do nosso entendimento sobre Saturno é proveniente dos dados obtidos durante a missão da sonda espacial Cassini, que coletou informações durante 13 anos. A sonda conseguiu determinar que a composição dos anéis é majoritariamente gelo e que, desde a sua formação, acumularam relativamente poucos resíduos de poeira cósmica.
O artigo fez uso do supercomputador COSMA, localizado no Instituto de Cosmologia Computacional da Universidade de Durham, e da plataforma de código aberto SWIFT para conduzir diversas simulações hidrodinâmicas. Embora tenha encontrado uma possível explicação para a origem dos anéis de Saturno, permanece sem resposta a questão de por que esses anéis contêm tão poucas rochas.
Um dos autores do estudo, Luis Teodoro, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Glasgow, comentou sobre a pesquisa, afirmando: “A aparente juventude geológica dos anéis de Saturno tem sido um enigma desde as primeiras imagens enviadas pelas sondas Voyager do planeta. Essa colaboração nos permitiu investigar as circunstâncias possíveis de sua formação, resultando em descobertas fascinantes.”
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