Uma pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), realizada com participação da USP, avaliou a possibilidade de habitação em diferentes planetas da Via Láctea.
O método usado foi a análise de estrelas parecidas com o Sol, as chamadas gêmeas solares, de outros pontos da galáxia. O parâmetro era o nível de abundância do elemento tório (Th) nestes astros, que indicaria o potencial de gerar planetas rochosos como a Terra.
Foi usado um instrumento chamado espectrógrafo, que detecta energia vinda das estrelas e analisa sua composição por meio dos sinais recebidos. No caso se procurava pelo tório, elemento radioativo que possibilita a formação de planetas rochosos. Quanto maior a presença desse elemento, maior a probabilidade de existir tectonismo no planeta, essencial para garantir a vida.
“A Terra é um planeta geologicamente ativo, com terremotos e vulcões. Eles proporcionam o ciclo do carbono, mantendo a temperatura da Terra e estando intimamente ligado ao surgimento e evolução da vida na superfície terrestre”, diz André Milone, pesquisador da Divisão de Astrofísica do Inpe que orienta o pesquisador Rafael Botelho, primeiro autor do estudo.
O estudo mostra que potenciais planetas rochosos ao redor de gêmeas solares apresentam altas probabilidades de terem tectonismo, aumentando a chance de serem habitáveis. A pesquisa sugere condições geológicas favoráveis para o surgimento e manutenção da vida em exoplanetas rochosos, e que a vida poderia estar espalhada por todo o disco da Galáxia e ter se originado em qualquer época de sua evolução.
Os resultados estão no artigo Thorium in solar twins: implications for habitability in rocky planets, recentemente publicado no Monthly Notices of Royal Astronomical Society, disponível no site da publicação.
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