Os cortes no orçamento e em novos projetos promovidos pela Petrobras fizeram com que uma de suas principais fornecedoras passasse a exportar seus funcionários brasileiros para um lugar improvável: a Venezuela.
A Schlumberger está ampliando suas atividades no país vizinho ao mesmo tempo em que continua reduzindo sua mão de obra global em resposta ao enfraquecimento da demanda por seus produtos e serviços em outras partes do mundo. A maior provedora de serviços para campos de petróleo do mundo também está enviando alguns brasileiros para a Arábia Saudita e para o Kuwait depois que a Petrobras diminuiu seus gastos em um esforço desesperado para diminuir o que é atualmente considerada a maior dívida da indústria mundial de petrolífera.
O remanejamento da equipe da empresa francesa, ressalta o declínio do Brasil como destino para a indústria do petróleo. Empresas como a Schlumberger, a Halliburton e a Baker Hughes aumentaram seus investimentos no Brasil após a descoberta de dezenas de bilhões de barris de petróleo bruto em águas profundas ao longo da costa do país.
As recentes mudanças também mostram o compromisso da Schlumberger com a Venezuela, que abriga as maiores reservas de petróleo do mundo mas continua sendo lugar desafiador para as empresas do setor de energia fazerem negócios.
Recentemente a Baker Hughes e outras empresas reduziram suas atividades na Venezuela após contas não pagas pelo governo, prejuízos cambiais e aumento da criminalidade, mas a Schlumberger permaneceu.
O número de sondas ativas na Venezuela se recuperou nos últimos meses, atingindo o nível mais alto em um ano, enquanto a atividade tem diminuído no Brasil, onde a Petrobras reduziu as explorações e continua renegociando contratos com seus fornecedores.
A atividade “estável” na Venezuela durante o terceiro trimestre ajudou a compensar a queda na receita da Schlumberger no Brasil, no México, na Argentina e na Colômbia, disse o CEO da empresa, Paal Kibsgaard. A Petrobras é a única cliente importante no Brasil, enquanto a Schlumberger tem mais clientes na Venezuela, onde grandes empresas multinacionais, como a Statoil e a Chevron e empresas petrolíferas nacionais da China, da Rússia e da Índia são parceiras da estatal Petróleos de Venezuela SA, ou PDVSA.
Em 2010, o Brasil previa ganhos anuais de 9% na produção de petróleo e o governo demandou mais estaleiros, fábricas e centros de pesquisa para fornecerem os equipamentos e mão de obra especializada para explorar os depósitos localizados quilômetros abaixo do fundo do mar.
Mas contrariando as expectativas, o crescimento da produção foi modesto e na época a Petrobras não pôde se beneficiar muito com a alta do petróleo porque teve que subsidiar importações de combustível a pedido do governo. Diferentemente de outras empresas petrolíferas internacionais, que acumularam caixa quando o petróleo era negociado acima de US$ 100 por barril, a Petrobras triplicou sua dívida.
De acordo com World Oil