Embora a superfície de Titã seja extremamente fria, com rios e lagos compostos por metano e etano líquidos, sua atmosfera rica em nitrogênio e compostos orgânicos complexos tem intrigado pesquisadores há décadas. O estudo destaca que moléculas orgânicas provenientes da superfície podem penetrar a crosta gelada, alimentando uma biosfera microscópica abaixo do gelo.
Segundo os cientistas, o oceano subterrâneo de Titã pode atingir uma profundidade de até 480 quilômetros. A hipótese é que micro-organismos possam sobreviver neste ambiente ao consumir moléculas como a glicina, um dos aminoácidos mais simples e comuns no Sistema Solar. No entanto, o estudo alerta que o suprimento dessa matéria orgânica seria limitado, sustentando no máximo alguns quilos de biomassa – o equivalente ao peso de um cachorro pequeno.
Os pesquisadores utilizaram simulações computacionais baseadas em modelos de fermentação bioenergética, um processo que dispensa oxigênio e poderia ocorrer de forma similar à que existia na Terra primitiva. Esses modelos indicam que a presença de vida em Titã não seria abundante, mas possível.
Meteoritos que colidem com a superfície congelada poderiam criar “poças derretidas” de água, transportando compostos da superfície para o oceano, alimentando uma possível cadeia biológica. Ainda assim, a escassez de matéria utilizável limita o potencial dessa vida.
A NASA já tem planos para explorar Titã mais de perto. A missão Dragonfly, um helicóptero científico, será lançada em 2028 e deve chegar à lua de Saturno em 2034. O objetivo é investigar sinais de química prebiótica e potenciais ambientes habitáveis, ampliando nossa compreensão sobre a possibilidade de vida extraterrestre no Sistema Solar.
Com uma atmosfera densa e rica em compostos orgânicos, Titã permanece como um dos destinos mais promissores para a astrobiologia nos próximos anos.
Com informações de Revista Galileu.
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