Uma nova forma de tratamento para o Alzheimer está disponível no SUS, Sistema Único de Saúde. O remédio rivastigmina, já disponibilizado em comprimido e também em solução oral, agora também é disponibilizado em forma de adesivo transdérmico.
A rivastigmina faz com que ocorra um aumento de uma substância batizada de acetilcolina, que está reduzida no cérebro de quem possui Alzheimer, mas a medicação pode causar sintomas gastrointestinais como náuseas e diarreia, diminuição do apetite e ainda dor de cabeça.
A adição do adesivo à lista de remédios do SUS representa uma melhoria na qualidade de vida de muitos pacientes. Por ser colocado na pele, a absorção do remédio se dá ao longo do dia e por isso tem menos efeitos colaterais, especialmente no sistema digestivo.
De acordo com Rodrigo Schultz, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, o adesivo também garante que não haja flutuação da dose: “Sendo por via transdérmica, há uma liberação contínua e regular ao longo das 24h, impedindo a ocorrência de flutuação de dose, ou seja, aumentos e reduções da medicação no organismo conforme ela segue sendo metabolizada.”
Além do mais, ainda de acordo com Schultz, muito pacientes se recusam a fazer uso de remédios via oral e muitas vezes tiram o medicamento da própria boca após a administração.
“Agora com o adesivo ele não consegue fazer isso. Além disso, como a absorção é por via cutânea, há uma redução sensível na possibilidade da existência de efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais”, explica o presidente Rodrigo.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, causada pela morte progressiva de células do cérebro, prejudicando funções como memória, atenção e orientação e linguagem, o que gera graves consequências para qualidade de vida dos pacientes. Infelizmente, a doença não tem cura.
Aqui no Brasil, de acordo com dados de 2017, estima-se que haja 1,1 milhão de pessoas com a doença.
Quem pode usar?
Qualquer paciente com Alzheimer que faça uso da rivastigmina pode usar o medicamento na sua versão adesiva: “Há uma população que se beneficia mais que seria aquela com dificuldades para engolir ou que apresenta efeitos colaterais, sejam eles com qualquer medicação para essa finalidade”, explica Schultz.
O adesivo também pode ser usado no banho e deve ser retirado 24 horas após a aplicação. Por ser colocado na pele, o adesivo pode trazer esporadicamente algumas reações no local da sua colocação e por isso é recomendado um rodízio no local de uso do adesivo, isto é, variar o local em que foi aplicado.
“Em caso de falta, podem ser usados comprimidos ou solução oral na dose correspondente sem problema algum. Sem qualquer risco”, diz Schultz.
Como ter acesso?
De acordo com o Ministério da Saúde, o medicamento já está disponível nas unidades de saúde responsáveis pela distribuição deste tipo de remédio.
Os pacientes devem atender aos critérios de elegibilidade dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas e apresentar os seguintes documentos em um estabelecimento de saúde designado, de acordo com o Ministério da Saúde:
- cópia do Cartão Nacional de Saúde (CNS);
- cópia de documento de identidade, cabendo ao responsável pelo recebimento da solicitação atestar a autenticidade de acordo com o documento original de identificação;
- Laudo para Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (LME), adequadamente preenchido;
- prescrição médica devidamente preenchida;
- documentos exigidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas publicados na versão final pelo Ministério da Saúde, conforme a doença e o medicamento solicitado; e
- cópia do comprovante de residência.