Médicos em uma unidade de terapia intensiva localizada no Canadá cruzaram com um caso muito estranho no ano passado. Quando os equipamentos de suporte à vida de quatro pacientes foram desligados, um deles demonstrou atividade cerebral persistente mesmo depois de ter sido declarado clinicamente morto.
Por mais de dez minutos depois dos médicos terem confirmado a morte por uma série de observações, incluindo a ausência de pulso e de reação nas pupilas, o paciente parecer ter o mesmo tipo de ondas cerebrais (ondas delta) que nós temos durante o sono. “Em um dos pacientes, fluxos de ondas delta persistiram depois de cessarem tanto o ritmo cardíaco quanto a pressão arterial”, relatou a equipe da Universidade de Western Ontario, no Canadá, em março de 2017.
O grupo descobriu que a morte pode ser uma experiência única para cada pessoa. Para cada um dos quatro pacientes, os registros eletroencefalográficos frontais (EEG) de sua atividade cerebral exibiram poucas semelhanças antes e depois de serem declaradas mortas.
“Houve uma diferença significativa na amplitude do EEG entre o período de 30 minutos antes e o período de 5 minutos após a interrupção da ABP para o grupo”, explicaram os pesquisadores. Eles destacam, ainda, que é preciso ter cuidado com as conclusões a respeito do caso quando se fala em experiências pós-morte, especialmente considerando que a amostra observada no estudo é de apenas um indivíduo.
Na falta de uma explicação biológica para como isso poderia acontecer, os pesquisadores disseram que os resultados poderiam ser resultado de algum falha no equipamento. No entanto, eles não conseguiram descobrir que erro poderia ser, já que a máquina não mostrava nenhum sinal de mau funcionamento. Assim, a origem da anomalia não pôde ser confirmada.
“É difícil postular uma base fisiológica para essa atividade do EEG, já que ela ocorre após uma perda prolongada da circulação”, escreveram os médicos. “Esses fluxos de onda poderiam, portanto, ser um artefatual na natureza [erro humano], embora uma fonte artefática não pudesse ser identificada”. Completam os médicos.
Abaixo é possível ver os scans dos quatro pacientes. A morte clínica é marcada pelo tempo 0, quando os batimentos cessam logo depois dos equipamentos de suporte à vida serem desligados.
O importante nesse caso é a atividade cerebral que aparece amarela nos scans. Em três dos quatro pacientes, essa atividade cessou antes do coração parar de bater – até dez minutos antes da morte clínica, no caso do paciente número 2. Mas, por alguma razão, o paciente número 4 mostra evidências de fluxos de ondas delta por 10 minutos e 38 segundos depois que o coração parou.
O caso, ainda sem explicação, foi relatado em um artigo no periódico “The Canadian Journal of Neurological Sciences“.
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