Um colecionador de minerais fez uma descoberta extraordinária no Monte Gariglione, Itália: um micrometeorito contendo uma liga incomum de alumínio e cobre, juntamente com um material considerado “proibido” no universo – um quasicristal. Esta é apenas a terceira vez que um objeto desse tipo foi identificado.
Francesco Badolato, um entusiasta de minerais, encontrou uma pequena esfera de aparência prateada na região da Calábria, no topo do Monte Gariglione, e decidiu submetê-la à Universidade de Bari para análises mais detalhadas.
A investigação envolveu uma colaboração entre as universidades de Bari e Florença, revelando que o objeto em questão era de fato um micrometeorito com uma composição muito rara de cobre e alumínio.
A equipe ficou especialmente intrigada pela simetria “proibida” na estrutura atômica do objeto. Ao contrário de um cristal convencional, o quasicristal exibe padrões atômicos que se estendem pelo espaço, porém com uma disposição não repetitiva.
Conforme explicado por Luca Bindi, professor de Mineralogia e Diretor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Florença, os quasicristais são caracterizados por uma organização dos átomos semelhante a um mosaico, com padrões regulares que nunca se replicam de maneira idêntica, ao contrário dos cristais tradicionais.
As estruturas naturais impossíveis
Essas estruturas têm sido objeto de estudo desde a década de 1980, com aplicações em diversos setores industriais, apesar de não serem esperadas na natureza. No entanto, Bindi fez uma descoberta surpreendente em 2011, encontrando um quasicristal no Extremo Oriente russo, dentro de um micrometeorito associado ao meteorito Khatyrka.
A descoberta do novo micrometeorito na Itália, milhares de quilômetros distante da localização russa original, intrigou os pesquisadores, indicando que o quasicristal encontrado provém de um meteorito diferente. Isso sugere que materiais “proibidos” podem se formar em asteroides distintos, revelando ainda mais sobre a complexidade do Sistema Solar e sua origem.
Os detalhes da descoberta foram publicados na Communications Earth & Environment, e o micrometeorito está agora sob custódia do Museu de Ciências da Terra da Universidade de Bari, onde será disponibilizada uma seção dedicada a amostras extraterrestres.
Fonte: Communications Earth & Environment, via: Astrospace
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