A NASA está impulsionando a fronteira da exploração espacial com projetos revolucionários na Fase 2 de Conceitos Avançados Inovadores (NIAC), destacando-se dois ambiciosos telescópios espaciais. Um deles adota uma abordagem inovadora com uma lente líquida, enquanto o outro utiliza uma rede de satélites para observações em comprimentos de onda desafiadores para os astrônomos.
Grande observatório para Longos Comprimentos de Onda (Go-LOW)
Explorar o universo em baixas frequências de rádio sempre foi um desafio devido às limitações impostas pela ionosfera terrestre. O projeto Go-LOW visa superar essa barreira, concebendo uma matriz interferométrica composta por milhares de microssatélites.
Estacionados em um ponto Lagrange Terra-Sol, provavelmente o L5, esses satélites formarão um sistema capaz de detectar emissões de rádio em frequências entre 100 kHz e 15 MHz. Essa abordagem inovadora não apenas permite a observação em comprimentos de onda anteriormente inacessíveis, mas também possibilita o estudo detalhado do meio interestelar, intergaláctico e dos campos magnéticos de exoplanetas, aspectos cruciais para compreender a habitabilidade desses mundos distantes.
Cada microssatélite será equipado com uma antena vetorial inovadora, possibilitando o primeiro levantamento abrangente dos campos magnéticos de exoplanetas. Além disso, a utilização da interferometria oferece uma resolução espacial sem precedentes, tornando o Go-LOW uma alternativa viável e econômica aos tradicionais telescópios espaciais.
“Embora os componentes individuais do observatório não representem um salto tecnológico significativo em relação ao estado atual da arte, a coordenação desses elementos em uma escala tão ampla apresenta desafios únicos”, observa Mary Knapp, coordenadora do projeto no MIT.
Telescópio Espacial com Lente Líquida (FLUTE)
O projeto FLUTE, liderado pelo Centro de Pesquisas Ames da NASA, busca superar as limitações dos telescópios convencionais ao empregar lentes líquidas em vez de espelhos segmentados. Essas lentes, embora desafiadoras de controlar, oferecem a vantagem de poderem ser fabricadas no próprio espaço, viabilizando a construção de telescópios significativamente maiores.
Edward Balaban, líder do projeto, destaca os avanços alcançados: “Nosso objetivo é desenvolver observatórios espaciais com espelhos primários líquidos não segmentados de grande abertura, adequados para diversas aplicações astronômicas”. O laboratório de Balaban já realizou testes bem-sucedidos em microgravidade, pavimentando o caminho para a implementação prática desses telescópios nos próximos anos.
Limitando o diâmetro do espelho primário a 50 metros para garantir viabilidade técnica e financeira a curto prazo, o projeto FLUTE continua a amadurecer suas técnicas por meio de experimentação e modelagem. Com a pesquisa focada na dinâmica do espelho líquido e no aprimoramento da refletividade dos líquidos iônicos, o FLUTE representa um passo significativo em direção à próxima geração de telescópios espaciais.
Fonte: Inovação Tecnológica
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