Muitos materiais compostos, ou compósitos, são formados pela união de materiais distintos, proporcionando-lhes propriedades superiores às dos materiais naturais.
No entanto, combinar metal e polímero sempre foi um desafio, e até então, cada material era utilizado separadamente. Isso se deve às diferenças nas estruturas eletrônicas dos átomos metálicos e não-metálicos, tornando difícil conferir aos polímeros as propriedades dos metais, como alta condutividade térmica e elétrica.
A possibilidade de criar polímeros com estrutura metálica que combinem as vantagens de ambos os materiais e apresentem novas funcionalidades sempre foi desejável, mas a fraqueza das ligações entre átomos metálicos tornava difícil estabilizar o esqueleto polimérico da mesma forma que em polímeros convencionais.
A boa notícia é que Kaiwen Zeng e sua equipe da Universidade de Fudan, na China, conseguiram sintetizar um polímero estável com uma espinha dorsal de átomos de níquel. Esse avanço pode abrir portas para o desenvolvimento de materiais com propriedades ainda mais avançadas.
A equipe utilizou um calixareno, uma molécula em forma de cálice com quatro locais de ligação, como andaime para o polímero metálico. Eles anexaram quatro cadeias de poli(aminopiridina) aos calixarenos, alinhando as cadeias em paralelo. Através de um procedimento sintético iterativo, a equipe produziu cadeias de comprimento preciso.
Na etapa de metalação, os átomos de nitrogênio das moléculas da cadeia se ligam ao níquel, permitindo que os átomos de níquel se unam em uma única linha, criando uma cadeia em formato de hélice. A equipe produziu polímeros com estrutura central de níquel em diversos tamanhos, e descobriu que a distância entre os átomos de níquel diminui à medida que o comprimento da cadeia aumenta, fortalecendo as ligações Ni-Ni. Isso sugere que o material metal-polímero pode ser ainda mais resistente do que se esperava, quando produzido em larga escala.
O metal polimérico apresenta condução elétrica, estabilidade térmica e pode ser processado em solução. Além disso, a equipe descobriu que o material tem forte absorção de luz dependente do comprimento, com intervalos de banda estreitos, o que é promissor para a construção de componentes optoeletrônicos e semicondutores.
Os pesquisadores pretendem testar essa nova estratégia de síntese utilizando outros metais de transição, como cobre e cobalto.
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