Outras partículas subatômicas também giram, e o estudo do spin tem aplicações técnicas nas áreas da química, física, medicina e eletrônica de computadores.
Mas muitos físicos dirão que os elétrons não estão realmente girando – eles apenas agem como se estivessem. Por exemplo, os elétrons têm momento angular, que é a tendência de algo continuar girando, como uma roda de bicicleta em movimento ou um patinador girando, e porque eles têm essa propriedade, pode-se concluir que eles estão girando. Mais evidência vem do fato de que os elétrons agem como pequenos ímãs, e campos magnéticos surgem de corpos carregados em rotação.
O problema com a noção de que os elétrons giram é que, devido ao seu tamanho minúsculo, os elétrons teriam que girar mais rápido que a velocidade da luz para corresponder aos valores de momento angular observados. (Pense num elétron como um patinador girando com os braços dobrados para dentro: quanto menor o tamanho geral, mais rápido ele gira.)
Chip Sebens, professor assistente de filosofia na Caltech, quer voltar às origens e repensar essa noção. Como filósofo da física, ele quer entender o que realmente está acontecendo nos níveis mais profundos da natureza.
“Os filósofos tendem a ser atraídos por problemas que estão sem solução há muito tempo”, explica Sebens. “Na mecânica quântica, temos maneiras de prever os resultados de experimentos que funcionam muito bem para elétrons e levam em conta o spin, mas questões fundamentais importantes permanecem sem resposta: por que esses métodos funcionam e o que está acontecendo dentro de um átomo?”
Para esse fim, Sebens argumentou por que ele acha que os elétrons e outras partículas subatômicas estão, de fato, girando. A resposta tem a ver com campos.
Na natureza, existem partículas e campos. Os físicos tendem a pensar que os campos são mais fundamentais do que as partículas, mas os filósofos da física ainda debatem qual entidade é mais fundamental. Por exemplo, a luz pode ser descrita como um feixe de fótons ou como uma onda no campo eletromagnético. Esta área da ciência é chamada de teoria quântica de campos. O falecido Richard Feynman, físico da Caltech e Prêmio Nobel, trabalhou em aspectos dessa teoria criando seus famosos diagramas de Feynman, que mapeiam as interações entre partículas como elétrons e fótons, descrevendo campos indiretamente. “A teoria quântica de campos é a melhor física que temos”, diz Sebens.
Em vários estudos, incluindo um artigo recente na revista Synthese, Sebens descreve por que ele acha que um elétron não é uma partícula de tamanho pontual que apenas age como se estivesse girando, mas sim uma bolha de carga espalhada que realmente gira. Voltando à analogia do patinador no gelo, o elétron é como um patinador com os braços estendidos para fora.
“Em um átomo, o elétron é frequentemente representado como uma nuvem mostrando onde o elétron pode ser encontrado, mas acho que o elétron está realmente fisicamente espalhado sobre essa nuvem”, diz Sebens.
Com o tamanho do elétron espalhado, o elétron agora é grande o suficiente para evitar o problema de ter que se mover mais rápido que a velocidade da luz. Nesse caso, explica Sebens, há dois campos importantes: o campo eletromagnético e também o que é conhecido como campo de Dirac, em homenagem ao físico Paul Dirac. “Assim como o campo eletromagnético descreve os fótons, o campo de Dirac descreve elétrons e pósitrons”, diz ele. O pósitron é a antipartícula do elétron.
A pesquisa faz parte de um esforço geral de Sebens para responder à questão de saber se a natureza é, na raiz, construída a partir de campos ou partículas. No mesmo artigo da Synthese, Sebens argumenta que os campos são mais fundamentais por natureza.
Parte de seu argumento é baseado no spin. Como mencionado acima, uma abordagem de campo dá sentido à confusão que surge com os elétrons em rotação. Ele também argumenta que a abordagem de campo ajuda com outra questão importante em relação aos elétrons: como os elétrons respondem aos campos eletromagnéticos que eles criam? Se o elétron é uma bola de carga do tamanho de um ponto, o campo que ele cria é infinitamente forte no local do elétron. Isso significa que o campo não teria direção definida e, portanto, nenhuma força definida, o que leva a problemas no cálculo das forças. Mas se o elétron for um campo de carga estendido, as forças nas diferentes partes do elétron seriam finitas com direções bem definidas.
“Isso torna o problema de auto-interação menos grave”, escreve Sebens em um ensaio da Aeon sobre os blocos de construção fundamentais da natureza. “Mas não está resolvido. Se a carga do elétron é espalhada, por que as várias partes do elétron não se repelem de modo que o elétron exploda rapidamente?”
Sebens está abordando esse problema de auto-repulsão em sua pesquisa em andamento. As respostas para este e outros problemas que ele está investigando podem levar a novas e melhores maneiras de calcular e medir quantidades na física quântica. O trabalho pode até levar a novas maneiras de responder a uma questão em andamento na física quântica chamada problema de medição quântica. Ao medir um sistema quântico, como um elétron em estado de superposição (em dois estados ao mesmo tempo), o sistema entrará em colapso e o elétron assumirá um estado ou outro. Os físicos ainda debatem por que isso ocorre. A pesquisa sobre os fundamentos de como as partículas e os campos funcionam pode ajudar a resolver o mistério.
Escreve Sebens no ensaio Aeon: “Às vezes, o progresso na física requer primeiro o apoio para reexaminar, reinterpretar e revisar as teorias que já temos. Para fazer esse tipo de pesquisa, precisamos de estudiosos que combinem os papéis de físico e filósofo, como foi feito há milhares de anos na Grécia Antiga.”
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3 Comentários
O sol gira no seu eixo e tem seu campo gravitacional, a terra gira no seu eixo e tem seu campo gravitacional, assim como os outros corpos celestes. Não sei porque tanta discussão sobre os elétrons e seus campos se já vemos essas mesmas coisas nos grandes corpos celestes, porque não estedem eles melhor, Só estou filosofando tá..?
Porque eles não tem respostas (matematicamente certas)?
E .. filosofar não é criar questões sem pé nem cabeça. Estou apenas criando uma antítese pra sua tese.
O sol gira no seu eixo e tem seu campo gravitacional, a terra gira no seu eixo e tem seu campo gravitacional, assim como os outros corpos celestes. Não sei porque tanta discussão sobre os elétrons e seus campos se já vemos essas mesmas coisas nos grandes corpos celestes, porque não estedem eles melhor, Só estou filosofando tá..