O conceito de viagem no tempo é frequentemente explorado em várias obras de ficção científica, tanto na literatura quanto no cinema. Contudo, até o momento, não há evidências concretas que sugiram a existência real de viagem no tempo, especialmente em direção ao passado. De acordo com a representação no filme “Interestelar” (Christopher Nolan, 2014), a única forma de deslocamento temporal aparentemente viável é em direção ao futuro, e mesmo assim, sob condições específicas. A tal da relatividade geral.
O filme explora os efeitos do horizonte de eventos de um buraco negro, ilustrando como ele pode distorcer o tempo para aqueles que estão próximos. Quando o personagem principal, Gordon Cooper, visita um planeta nas proximidades de um buraco negro, a intensa gravidade provoca uma distorção temporal, fazendo com que cada hora naquele planeta equivalha a sete anos na Terra. Ao retornar à nave, Cooper percebe que mais de 20 anos se passaram em seu planeta natal.
O conceito explorado no filme foi extensivamente estudado pelo físico teórico alemão Albert Einstein, responsável pelo desenvolvimento da teoria da relatividade geral, publicada em 1915. Conforme Einstein explicou, o tempo é relativo, podendo transcorrer de maneira diferente para cada indivíduo, dependendo da situação.
“Para pessoas como nós, que acreditam na física, sabemos que a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”, afirmou o físico alemão Albert Einstein ao abordar a percepção humana do tempo.
Explorando a teoria da relatividade geral, Einstein propõe que todas as coisas são medidas em relação umas às outras, tornando o tempo relativo. A velocidade da luz, contudo, é constante e mantém-se inalterada, independentemente da localização. Nesse contexto, Einstein descreve a possibilidade de dilatação do tempo.
Se alguém conseguisse se deslocar a uma velocidade próxima à da luz, experimentaria um ritmo de tempo mais lento em comparação com aqueles que não estão em movimento acelerado no espaço. Por exemplo, um astronauta viajando próximo à velocidade da luz perceberia que o tempo passa mais devagar em relação às pessoas na Terra.
Essa ideia se aplica também a viagens para regiões no espaço onde a gravidade é intensa, como próximas a buracos negros. O resultado seria semelhante ao apresentado no filme “Interestelar”, onde o personagem Cooper, ao viajar próximo a um buraco negro, envelheceu menos em comparação à sua filha na Terra.
Assim, a possibilidade de viagem no tempo, conforme exemplificado no filme, baseia-se na intensidade da gravidade do buraco negro, causando uma curvatura no espaço-tempo e resultando em efeitos gravitacionais na passagem do tempo.
A gravidade age como uma curvatura no espaço-tempo, e, em teoria, seria possível criar um tipo de ‘buraco de minhoca’, conectando dois pontos distintos no universo. Isso permitiria evitar viagens extremamente longas e dispendiosas, proporcionando ao viajante uma experiência diferente na passagem do tempo.
Em resumo, quanto mais rápido alguém se desloca no espaço, mais lentamente o tempo passa. Além disso, quanto mais próximo de interações gravitacionais massivas, mais rápido o tempo flui em comparação com um observador estacionário na Terra.
O físico teórico Amos Ori, do Instituto de Tecnologia Technion-Israel em Haifa, explicou que a “máquina [do tempo] é o próprio espaço-tempo”. Ele sugeriu que criar uma área com uma deformação no espaço que permitisse o fechamento das linhas do tempo poderia possibilitar que as gerações futuras voltassem para visitar nosso tempo.
Contudo, viajar para o passado é considerado extremamente improvável e quase impossível. Embora alguns cientistas teoricamente considerem a possibilidade, a falta de evidências reais torna essa ideia puramente teórica.
Quanto à teoria dos anéis de laser proposta pelo físico Ronald Mallet, da Universidade de Connecticut, ela sugere que a viagem no tempo seria possível através de um loop de laser giratório projetado para dobrar continuamente o tempo. No entanto, essa hipótese ainda permanece no campo teórico.
Segundo Mallet, um dispositivo desse tipo teria a capacidade de gerar um campo gravitacional, possibilitando a criação de loops temporais para viagens no tempo tanto para o passado quanto para o futuro. Ele está desenvolvendo um dispositivo composto por um anel de lasers giratórios, embora ressalte que o conceito ainda não tenha sido implementado com sucesso.
Em uma analogia, Mallet compara o movimento de um buraco negro em rotação ao girar uma xícara de café, destacando que, na teoria de Einstein, espaço e tempo estão interligados no chamado espaço-tempo. Assim, conforme o buraco negro gira, ele torce o tempo.
No entanto, é crucial observar que a proposta de Mallet enfrenta críticas significativas de outros cientistas, que consideram a ideia de criar uma máquina do tempo impossível, mesmo com um anel giratório de lasers. Até o momento, não há evidências concretas que respaldem a viabilidade do projeto de Ronald Mallett.
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