É, a engenharia é uma das profissões mais antigas do homem… Premido pelas necessidades, sempre cada vez mais urgentes, o ser humano em sua evolução sempre contou com elementos (da tribo, da povoação, da comunidade?) para resolver suas necessidades com um “jeitinho” próprio e com os conhecimentos disponíveis, que aliás foram se expandindo… E quantas coisas foram surgindo, e como evoluímos, em uma estrada sem fim de progresso!
E com o tempo, a engenharia foi se tornando cada vez mais complexa, daí necessitando de estruturas formais de preparação de engenheiros e de estruturas que permitissem a normatização da profissão, para que ela fosse cada vez mais valorizada e progressista. Aí surgiram as escolas de engenharia e os códigos de conduta, que foram se desenvolvendo gradualmente a partir dos estudos de filósofos como Jeremy Benthan (1748 — 1832), Immanuel Kant (1724 — 1804) e outros, que dentre diversos campos de atuação, dedicaram-se ao desenvolvimento da Deontologia, área da filosofia que se propõe a estudar o conjunto de princípios, regras e deveres de conduta próprios de cada profissão. Essas regras são estabelecidas pelos próprios profissionais da área, para normatizar as relações entre a profissão e a sociedade, para que tanto os profissionais quanto a sociedade sejam cada vez mais beneficiados.
E se atentarmos aos “Princípios Éticos” da engenharia, muito bem enunciados no seu “Código de Ética”, em seu artigo 8º, [1] poderemos constatar a beleza da engenharia, profissão que foi se desenvolvendo durante tantos séculos…
Por exemplo, nosso código de ética nos diz que nossa profissão é “bem social da humanidade”, e que tem “como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores”; e ainda estabelece que a engenharia é também um “bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística…”. É, somos artistas em nossos projetos, sem dúvida, e não é à toa que nossos colegas da área civil costumeiramente denominam suas pontes, viadutos, e similares de “obras de arte”…
Nossos clientes e colegas também são contemplados pelo código, quando ele nos obriga à prática do “relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição”.
O meio em que vivemos também é contemplado: “a profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável, na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores”.
Assim, sem alongar muito o assunto, vemos que nosso código de ética contempla, além de vários outros aspectos, a beleza da nossa antiga e progressista profissão, que é um importante bem social e cultural da humanidade; o cuidado com nossos clientes, colaboradores e nos que forem próximos pelo exercício da profissão; e a constante preocupação com o desenvolvimento sustentável do meio no qual intervimos, bem como a proteção de todos os envolvidos, agora e no futuro, nas nossas realizações…
Que beleza é a engenharia bem praticada, não?
Referência:
[1] codigo-de-etica-classico.pdf (crea-mg.org.br) – acessado em 22 de setembro de 2021.
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