Por que “mais um pouquinho”? É que na semana passada, neste mesmo espaço, estávamos conversando sobre as tendencias da juventude atual, nesta já englobando as crianças em idade escolar mais avançada; e nossa conversa também versava sobre alguma inadequação dos sistemas educacionais, tanto escolares quanto familiares, a essas novas tendencias. Então, gostaria de continuar esta conversa, incluindo algumas coisas a pensar sobre esse importante assunto, no sentido de colaborar para a melhoria dessa complicada situação, mas evidentemente sem nenhuma pretensão de esgotar o assunto…
Uma das tendencias muito notada na juventude é a intensa utilização das redes sociais, prejudicando a verdadeira socialização que ocorre nos contatos pessoais, ou pior ainda… Aí é necessário algum controle, amigo e explicado, além de maior convivência familiar na qual valores importantes sejam partilhados. E também, se participarmos desta “vivência virtual” com atenção, interesse e carinho, poderemos dar novos caminhos a esse relacionamento virtual, que veio para ficar… Também é de nossa responsabilidade criar novos interesses e vivências que permitam “novos ares” aos jovens: atividades culturais, passeios, pequenas viagens, incentivo a atividades comunitárias e voluntárias, etc. Conviver, conviver…
A acentuada mudança que está ocorrendo no mercado de trabalho, que exige cada vez mais qualificações específicas, bem como atitudes e comportamentos os mais diversos, traz uma certa confusão aos jovens quando se veem frente à escolha de que caminho seguir… As profissões comuns em tempos passados estão saturadas, e mesmo elas exigem maior qualificação técnica em suas respectivas áreas de atuação, não permitido estagnação no que foi aprendido no período normal de formação. Por outro lado, muitas ocupações novas estão surgindo. Neste caso, é preciso descobrir e apoiar os talentos dos nossos jovens, não os forçar a seguir caminhos já traçados pelas gerações familiares tradicionais, apoiá-los em suas propostas, mas ajudando-os a descobrir realmente o que desejam. É importante também, no caso das crianças, verificar se suas escolas estão atentas às mudanças correntes, procurando adaptar-se a elas.
Também no caso das crianças, é muito importante não as sobrecarregar com atividades extraescolares em excesso… Tudo tem seu tempo: aprenderão línguas estrangeiras quando necessitarem, praticarão artes se desejarem, etc. Para as crianças, brincar é necessário, é pedagógico; e temos que proporcionar a elas momentos para isso. No entanto, a participação dosada em atividades esportivas e culturais é de grande valor, no sentido de nelas desenvolver atitudes positivas que lhes serão necessárias no futuro. Atividades voluntárias, tão valorizadas em países mais avançados, também são muito interessantes para sua formação. Mas, conforme já comentei, bem dosadas…
Creio, e sempre pratiquei isto com os meus, que as crianças e jovens devem ter o mesmo tratamento dado aos adultos, evidentemente dentro das limitações de sua idade. Devem participar das decisões familiares no que lhes cabe, devem ter suas opiniões devidamente respeitadas, enfim, devem participar ativamente da vida da família, inclusive dos deveres domésticos no que lhes for cabível e possível – isso lhes dará a importância devida no ambiente familiar, e irá lhes ensinando a viver como membros da sociedade.
Finalmente, se devemos considerar as crianças como adultos, dentro de suas realidades, o inverso também é válido: vamos acordar a criança que muitas vezes está adormecida dentro de nós, e vamos colocá-la para brincar com elas, sendo companheiros(as) dos pequenos… É gostoso, faz bem à nossa mente, e é fortemente educativo para ambos…
Então, até semana que vem!
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