Em minha vida profissional, muitas vezes fui convidado a avaliar ideias novas em eventos escolares em diversos níveis, em feiras de ciências ou similares, ou para aceitação de novas sementes de empresa em processos de seleção de incubadoras de empresas… Nunca foi uma tarefa fácil, pois a seleção sempre implica em beneficiar alguém ou uma ideia, em demérito ou rejeição de ideias que podem parecer não tão boas, mas que na realidade… Enfim, a dose de incerteza que se tem em uma situação dessas é apreciável, ainda mais porque geralmente o tempo de apresentação de cada ideia é relativamente limitado. Enfim, é complicado…
Também na vida familiar ou no dia a dia a situação aparece: somos naturalmente conformados com nossos modos de vida, e o primeiro movimento de nossa mente é rejeitar qualquer coisa nova. E assim, às vezes perdemos ótimas oportunidades de melhoria ou progresso…
Em relação às ideias “empresariais”, creio que é até mais fácil, pois existem alguns parâmetros que me parecem fundamentais para a análise das ideias. Alguns deles são:
– A ideia é realmente promissora no sentido de atender a uma necessidade aparente ou que possa ser criada? No caso de uma inovação, este parâmetro é muito importante, pois as inovações são criadas para realmente atenderem às novas necessidades; também deve-se verificar se a ideia é um novo conceito, ou apenas uma combinação de elementos conhecidos, em uma inovação dita “incremental”. Nenhum problema com isso, mas ela realmente atende à uma necessidade de modo interessante?
– O mercado previsto para a inovação é previsível, com razoável grau de acerto? Ela poderá ser rapidamente modificada, para ser ajustada às novas necessidades que venham a aparecer nesse mercado, em função de sua implementação?
– A ideia é implementável em prazos válidos e interessantes para que tenha sucesso? Sua implementação será simples ou complexa?
– Há capacidade técnica, operacional e empresarial para sua implementação? Não gerará apreciáveis necessidades de investimento? Foi feito algum tipo de análise sobre possível lucratividade e outros fatores econômicos?
– A implementação da ideia poderá afetar muito o “core” vivencial ou empresarial de quem vai empreendê-la?
– Poderá haver alguma resistência (interna ou externa) à implementação da ideia? Haverá algum ”tabu” a contornar? O mercado tem condições de aceitá-la no momento de seu lançamento? Lembre-se de que o “timing” de lançamento é fundamental…
– A legislação relativa à ideia já foi examinada? Ela se “encaixa” sem problemas?
– Há um “Plano B” caso ela não obtenha os resultados desejados, com mínimo prejuízo, ou mesmo será possível seu reaproveitamento?
Outra boa dica é examinar as ideias em comitês, ou, no caso de feiras e similares, por algo como um “júri”. Então, a aceitação final de uma ideia, ou seu escalonamento em uma classificação, deve ser feita por consenso. A visão de várias pessoas, e uma boa discussão a respeito do mérito de cada ideia, poderá aumentar em muito a precisão da decisão final.
Boa seleção de ideias novas!
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