Após esta pandemia, que vai passar como todas as outras que a antecederam, muita coisa vai mudar. Se for para melhor, ótimo! Aprendemos e nos adaptamos a um mundo melhor… Se for para pior, que pena – teremos desperdiçado uma oportunidade, após ter passado por uma duríssima prova!
E a engenharia, que sempre se dedicou a resolver problemas da sociedade, e isto é o aspecto mais bonito em nossa profissão, também terá que adaptar-se aos novos tempos para continuar bem servindo à humanidade, e, cada vez mais, ao próprio planeta. É um mundo novo que está se abrindo, pleno de oportunidades, mas que exigirá novas visões e comportamentos.
Uma faceta interessante desse novo mundo é que agora deveríamos estar tentando prever e nos preparar para outras emergências que estão por aí nos rondando. As mudanças climáticas, por exemplo – elas estão ocorrendo, e estamos tendo claros sinais de que elas afetarão em muito nossa vida. A poluição é outro caso; mas estamos iniciando trabalhos sobre isto – por exemplo, com a conversão de combustíveis fósseis. Mas o que mais poderia ser feito? E a respeito da mobilidade urbana, cada vez mais problemática e sufocante? A Inteligência Artificial e as redes sociais: como poderemos adaptar estas maravilhosas tecnologias para melhor nos servirem? Na medicina, o que poderá ser feito para que ela seja cada vez mais eficaz, utilizando as novas tecnologias? E assim por diante…
A vivência prática da ética, naturalmente, sempre deverá prevalecer. Na engenharia, ela poderá se fortalecer se adotarmos cada vez mais algo que poderíamos chamar de conversão ética. Se ética tem como raiz etimológica a palavra grega ethos, justifico essa minha afirmativa citando que ethos se refere a “lugar habitável”. Em um caso bem sugestivo, tentativas de bem explorar o espaço estão sendo cada vez muito bem feitas e de modo inovador; mas, temos que cada vez mais nos preocupar com nossa casa planetária, porque ainda parece longe, em termos práticos, a vida humana em outros habitats. No entanto, a conversão ética ecológica pode se dar por sempre respeitarmos a natureza em nossos projetos, e isto pode ser feito com criatividade e observação do entorno, visando a sua preservação.
Sinceramente, creio que uma nova consciência, um novo modo de viver, emergirá após a pandemia. A história nos mostra que isto sempre aconteceu… E aí, temos que ser cuidadosos, como seres humanos, para que esta mudança seja para melhor. E nós, engenheiros, temos como grande responsabilidade ajudar a criar este novo mundo. Com a globalização, já existente, novas estruturas e mesmo instituições deverão surgir a nível global… Vimos, por exemplo, a atuação da OMS na pandemia, e a união mundial em torno de criar um remédio eficaz e mesmo uma vacina contra o coronavírus. Então, o que poderíamos fazer com nossa engenharia para melhorar ainda mais esta “globalização responsável”, justa e eficaz, na qual a educação, cultura e saúde sejam cada vez mais valorizadas?
Tudo isto pode parecer apenas utopia, mas não é. Dependerá de nós, engenheiros, e de outras profissões tão nobres como a nossa, zelar e trabalhar para que tudo isso ocorra, e saiamos melhores desta crise… E, pragmaticamente falando, gostaria também de afirmar que todo um mundo de incríveis oportunidades está se abrindo para os corajosos, éticos e inovadores engenheiros…
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