Quando temos uma ideia inovadora e queremos colocá-la no mercado, ou abrir uma nova empresa com base nela, a única coisa que não podemos fazer é nos basearmos no “achismo” – acho que vai dar certo, acho que vai ter mercado, acho que terei clientes que gostarão ou comprarão, etc. Isso geralmente pode tornar-se uma armadilha mortal, que já vi ser acionada várias vezes… E fica ainda mais complicado se temos duas ou mais ideias, e não sabemos qual delas seria a mais conveniente ou passível de lançamento, já que estamos dispostos ou podemos lançar apenas uma.
Então, para minimizar os riscos inerentes ao lançamento de uma nova ideia, hoje são disponíveis várias ferramentas, com boa eficiência. O “CANVAS”, por exemplo, é uma delas, mas, em minha opinião, é convenientemente utilizada quando a ideia já está bem “madura”, e quase pronta para ir para o mercado… E fica também o problema da escolha, no caso em que duas ou mais ideias estejam “na mira” de lançamento…
Em 2004 Thomas K. McKnight lançou um livro, indicado na referência abaixo, no qual criou uma interessante ferramenta de análise de ideias, além de permitir a comparação das mesmas, possibilitando então a escolha da melhor; tudo isto baseado em análises de equipes interessadas, através da obtenção de “notas” das ideias trabalhadas. Esta obra foi extremamente elogiada por empresários e empreendedores, por sua eficácia. Ela se baseia em analisar uma ideia em quarenta e quatro requisitos importantes, para os quais o grupo atribui notas. Computadas estas notas, há uma nota final, a nota da ideia; daí, uma nota final de 70 (setenta) ou mais, em um total de 100 (cem), indicaria uma ideia bem viável. No entanto, mesmo que a ideia não obtivesse esta nota, isto seria provocado por quesitos problemáticos, que diminuíram a nota obtida; portanto, necessitariam de estudos de melhoria. E, quando duas ou mais ideias fossem pontuadas, em análise comparativa, haveria, em princípio, a prevalência da que obtivesse a maior nota. Legal, não? Eu já utilizei esta ferramenta, e gostei muito!
Os quarenta e quatro itens são distribuídos e detalhados em oito campos de interesse, que passo a citar e resumir a seguir, pois definitivamente são aspectos que devem ser considerados em qualquer ideia nova. São eles:
1 – A DEMANDA: a ideia propõe uma solução de uma necessidade urgente e não atendida? Apresenta ineditismo? Apresenta alguma diferenciação a respeito dos possíveis concorrentes? E como são eles? A clientela está bem identificada? Quando lançada, pode apresentar um preço atrativo?
2 – CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DO(S) EMPREENDEDOR (ES): os empreendedores têm confiança no sucesso da ideia, e audácia para lançá-la? Existe um compromisso real da parte deles para fazê-lo? E se vierem dificuldades (e virão…) estarão dispostos a enfrentá-las? E competência gerencial e comercial, existe, ou só há competência técnica? E há um bom “networking”, e é mantido e eficaz?
Está percebendo, meu amigo, minha amiga, quanta coisa temos que refletir e ponderar (até agora…) para lançar uma nova ideia, uma inovação, para que ela tenha chance de sucesso no mercado? E ainda faltam seis itens para examinar, o que faremos no próximo “Engenharia em Pauta”, o da semana que vem. Na obra original, cada uma destas questões (e outras que não coloquei neste resumo…) leva uma nota, o que comporá a nota final da ideia. Mas já dá para ver a importância de ponderarmos seriamente cada uma delas, não é?
Até semana que vem, então!
Referência:
McKNIGHT, THOMAS K. Wll it fly? How to know if your new business idea has wings… Before you take the leap. New Jersey: Prentice Hall, 2004.
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