Não há por que negar: vivemos tempos em que a ansiedade é algo comum na vida de todos nós, em maior ou menor intensidade. As causas são diversas, mas esse é um assunto a ser tratado por especialistas na área, que não é o meu caso… Mas, próxima à nossa área, há algo acontecendo, e que está cada vez sendo mais reconhecido e aceito: é a chamada “intoxicação de informação”…
De fato, a ansiedade é natural aos seres humanos. Se não fosse por ela, não teríamos sobrevivido como espécie. Pensemos bem: ela nos serviu como guia ou protetora em certas situações desde o início dos tempos. Isso porque a ansiedade é provocada pela antecipação ou medo de alguma situação estressante ou perigosa, servindo para nos protegermos dela, ou evitá-la, esquivando-nos ou mesmo fugindo dela…
Atualmente, alia-se à natural ansiedade provocada por fatores da vida moderna (criminalidade, desastres naturais, mudanças climáticas extremas, incertezas econômicas, etc.), mais um elemento para cuidarmos: o excesso de informações que recebemos diariamente. Um exemplo da “enxurrada” de informações, proveniente de uma boa fonte: uma edição diária de um grande jornal, o “New York Times”, traz mais informação do que possivelmente uma pessoa, na Inglaterra do século XVII, poderia receber durante toda sua vida… O problema é que “informação” vale muito hoje em dia – até comentam que informação é poder, o que me parece algo exagerado. Mas, o que acontece é que as pessoas estão cada vez mais indo atrás de informações e conhecimento, muitas vezes buscando-os em diversas fontes, na maioria não muito confiáveis.
E mais: além das informações em excesso, muitas pessoas se deixam “modelar” por elas, principalmente nas baseadas em muitas das redes sociais. Realmente, tais redes são grandes conquistas tecnológicas, se usadas corretamente; mas, se mal utilizadas, ocupam grande parte do tempo das pessoas com informações falsas, tolas, erradas, e em grande quantidade… Que problema! As pessoas cansam, perdem um tempo precioso, perdem individualidade (tenho que seguir alguns “influencers” ou amigos, por exemplo), e tentam ser o que não são… E daí, com tanto bombardeio de informações, de vários tipos e em vários assuntos, as pessoas têm tido cada vez mais dificuldade para refletir, elaborar novas ideias ou mesmo pensamentos mais diferenciados, travar um real diálogo, e assim por diante… Passam a viver em um mundo à parte, mais virtual do que real. Lastimável… As pessoas perdem a capacidade de discernir, dentro de uma grande quantidade de informações, o que é de fato relevante para elas – ficam perdidas, e à mercê sabe-se lá de quem ou de que… E a vida pode perder o equilíbrio necessário à uma existência saudável e produtiva. Que pena!
O que fazer, então? Um boa dica para isso nos é dada por Richard Saul Wurman (arquiteto, designer gráfico e pesquisador americano), que dentre várias outras publicações e trabalhos muito importantes, é autor dos livros “Ansiedade de Informação” e “Ansiedade de Informação 2”. Ele nos sugere que tudo o que nos rodeia (inclusive as redes sociais…) constitui um enorme pátio de uma grande empresa de construção; aí, ele nos afirma que é de nossa responsabilidade sermos os nossos próprios arquitetos da nossa “catedral de conhecimentos”. Então, é claro que não podemos usar todo o material disponível no pátio, não é? Daí, ele sugere que procuremos desenvolver algo que denomina de “ignorância programada”, ou seja, devemos escolher apenas os materiais que nos servem e que são adequados para a construção de nossa própria “catedral”… Boa dica, não? Como consequência, a construção de nossa mente vai seguir uma rota independente e programada por nós, e vai ficar cada vez mais bonita e útil. E melhor ainda: gerando pouca “intoxicação de informação” e ansiedade… Bem bom, não?
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