Tenho reparado, de modo bem agradável, que cada vez mais se fala e se dá valor ao empreendedorismo em nosso país. Que coisa boa! De qualquer modo pelo qual se entenda o que significa empreendedorismo, vemos novas e inovadoras empresas surgindo, progresso das mais antigas, profissionais mais motivados, protagonismo crescente de parte das pessoas, etc. Muito bom, também!
Mas há um elemento preocupante em tudo isto, e que provêm da própria natureza do empreendedorismo. O que seria? Se adotarmos uma das definições mais completas do que é ser empreendedor, temos que ele é o indivíduo capaz de sonhar e batalhar para realizar o seu sonho. Se for uma empresa própria, tudo bem; mas se for uma carreira de sucesso, qualquer que seja ela, na qual ele aplica plenamente sua vocação e empenho, também tudo bem…
Daí o problema de ensinar empreendedorismo… De acordo com a Wikipedia, a definição de ensino que mais se “encaixa” no que esperamos conhecer sobre este assunto é:
“O ensino é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas.”
Não é verdade? Mas o problema é que o empreendedorismo não é feito de conhecimentos, que seriam “transmitidos” ou “inoculados” por uma estrutura formal, como a escola geralmente o é… Empreendedorismo é sonho, protagonismo, comportamento, atitudes – e isto se desenvolve, não se ensina.
Mas ele pode ser “aprendido”, ou melhor, desenvolvido até em estruturas como as que as escolas nos oferecem, mas aí temos que falar de aprendizagem, que, também conforme a Wikipedia, é:
“Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação.”
Melhor, não? Estamos chegando perto de uma possível resposta à questão enunciada no título deste pequeno artigo… O que precisamos então é ter uma nova visão de escola, que em si mesma tenha mentalidade empreendedora. Ou seja, uma escola que desafie constantemente os alunos, que permita o erro, que mantenha saudáveis e produtivas relações com o setor produtivo, que crie uma rede de relações que possa ser “navegada” pelos alunos; além disto, que disponha de docentes apaixonados pelo que fazem, que apenas saibam fazer as perguntas certas e encaminhem seus alunos para as respectivas respostas…
Impossível? Creio que não… Aprendizagem, como já foi citado, é “processo”, e que não é facilmente desenvolvido pelo ensino formal, baseado na “transmissão” de conhecimentos. Estes, diga-se de passagem, estão todos acessíveis pela ponta dos dedos. É orientação por um caminho que leve ao desenvolvimento de competências, habilidades, conhecimentos, comportamentos e valores, não apenas um transbordar de conteúdos, muitas vezes fora do interesse das vocações e sonhos dos alunos…
Vamos continuar discutindo um pouco mais sobre este importante assunto? Então, até o próximo “Engenharia em Pauta”!
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos! xD
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.