Em primeiro lugar, antes de começarmos nossa conversa semanal, gostaria de neste final de ano agradecer a companhia que vocês, caras leitoras e caros leitores, me fizeram durante todo este ano de “Engenharia em Pauta”! Foram tantos os assuntos que colocamos neste espaço do “engenhariae.com.br”, apenas com a vontade de refletirmos juntos sobre tantas coisas e tantos aspectos novos que nos estão sendo trazidos pelos novos tempos! E também gostaria de desejar que 2020, que já está às portas e pleno de novidades, traga a todos muita paz, felicidade e sucesso!
Mas também gostaria de dar alguns testemunhos, que poderão subsidiar os assuntos sobre os quais conversamos no “Engenharia em Pauta” da semana passada. Lá, discutimos sobre como dar continuidade ao belo trabalho que é realizado nas instituições de ensino que promovem feiras de ciência e projetos, e nos problemas que ocorrem quando trabalhos tais como monografias de conclusão de curso e de iniciação científica, e mesmo dissertações de mestrado, enfrentam quando concluídos, e então não têm continuidade ou divulgação.
Evidentemente que tais testemunhos são oriundos de minha vida profissional, vivida intensamente nas instituições de ensino nas quais tive a honra de trabalhar como docente e também na administração escolar.
Em relação às feiras de projetos, que realizamos há décadas nestas instituições, existe todo um suporte de apoio aos alunos que possam querer dar continuidade aos seus projetos e ideias. Um núcleo educacional oficial lhes dá o apoio necessário às suas ideias e projetos, desde a análise detalhada se de fato serão inovações, portanto comercialmente viáveis, até ao apoio à formação gerencial, administrativa, e mesmo comercial das empresas ‘”startup” que vierem a ser formadas. Como resultado, uma porcentagem superior a 50% das empresas que operam na nossa cidade, considerada um polo tecnológico, foi formada por este sistema. E também é disponibilizado um “Banco de Ideias”, no qual cada um pode colocar suas ideias e conhecer outras; afinal, as grandes inovações vieram do trabalho sucessivo de muitos…
Outro testemunho é sobre uma experiência, muito agradável, que tive durante minha carreira docente. Como professor de telecomunicações, tive a oportunidade de ministrar vários cursos de extensão em diversas instituições importantes; e como sempre tive o costume de atualizar meus cursos, usualmente frequentava bibliotecas de universidades que lidassem com o tema, no caso telecomunicações, “garimpando” teses e dissertações que pudessem acrescentar algo a estas atualizações. Estávamos, à época, bem nos primórdios da telefonia celular, e então descobri uma dissertação de mestrado que tratava exatamente do tema, e que mostrava uma interessantíssima metodologia que permitia avaliar o alcance da torre transmissora, a partir de fáceis medidas em campo na região de interesse. Isto era algo bem desconhecido na época, e fundamental para o projeto deste tipo de telefonia – aí, introduzi esta metodologia no meu principal curso de extensão. Durante um destes cursos que ministrava, e que tratava deste assunto, percebi que um dos participantes estava inquieto, até dando alguns sorrisos, e isto me incomodou: o que estaria acontecendo? No intervalo, antes de ir questioná-lo, ele me procurou, e me falou que ele era o autor da dissertação, e de sua felicidade em ver sua teoria sendo finalmente utilizada e divulgada, e em um evento importante. Que bom! Ficamos amigos, passamos a pesquisar juntos, e o seu trabalho teve desdobramentos importantes, como, por exemplo, a progressão da metodologia para cálculos em ambientes fechados, e outras aplicações muito importantes, inclusive em órgãos governamentais…
Já imaginaram o que teria acontecido se eu não tivesse garimpado e divulgado esta dissertação? Não sei, mas talvez ela ainda estivesse coletando poeira em uma biblioteca, e não teríamos avançado tanto em um assunto tão importante naquela época…
Pois é…
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