É, minha prezada leitora, meu prezado leitor… Estamos aí, labutando e crescendo em nossa vida, trabalhando e aprendendo todos os dias, e adquirindo cada vez mais experiência com tudo o que acontece! Que bom!
E muito devemos às nossas professoras e aos nossos professores, que com sua dedicação nos deram oportunidade de aprender tantas coisas, mesmo utilizando, com o maior carinho e competência, os métodos que eram disponíveis… Muito bom!
Só que agora, temos que parar um pouco e refletir se estes mesmo métodos podem ser aplicados, com eficácia, no mundo de hoje e com os aprendizes de hoje… Daí eu estar propondo algumas reflexões que, como afirmei no título, são meio doloridas, porque esbarram em paradigmas muito arraigados em nós e em nosso sistema educacional…
Por exemplo, inicio estas reflexões baseado uma interessante pesquisa que foi realizada por estudantes da Universidade de Harvard, em 2011. Eles se preocuparam em pesquisar qual é a melhor maneira de se aprender determinado assunto, e chegaram às seguintes conclusões:
Em primeiro lugar, colocando o tema em prática, ou seja, fazendo algo e trabalhando nele; em segundo lugar, ensinando outros a fazer e aprender; em terceiro lugar, estudando, lendo e fazendo anotações, resumos, esquemas e analogias; em quarto lugar, assistindo aulas…
Interessante, não? E mesmo lógico! Mas complicado, se olharmos para o nosso sistema escolar atual, incluindo a maioria de cursos superiores, que considera a “aula” no formato usual o centro do sistema escolar. E é claro que ela é relevante, mas apenas de modo complementar ao processo ensino/aprendizagem… É o caso de ensinar alguém a andar de bicicleta: você poderá utilizar todos os meios tecnológicos mais modernos para ensinar alguém a andar nela, através de aulas, mas quando o “aluno” for andar sozinho, pela primeira vez, problema… Nesse caso, você aprendeu praticando e fazendo, se bem que caindo mais algumas vezes… E porque não fazer isto em outros assuntos? Aí alguém poderá contestar: e como fica o conteúdo legal e previsto, já que este processo de fazer e praticar demora mais? Eu responderia dizendo: mas será que tanto conteúdo, como temos agora nos planos de curso, é necessário? Não seria melhor aprender de fato o que precisamos em cada momento de nossa vida, como base para que aprendamos sozinhos os complementos? Algo a pensar… Por exemplo, um raciocínio meio ‘chato’: na prática de sua profissão, o que ficou e é utilizado de tudo que viu na faculdade? Você, com sorte, constatará que o que ficou foram as bases da profissão, não os detalhes, e o restante de seu conhecimento e experiência foi fruto de seu próprio desenvolvimento…
Vem daí a necessidade urgente de mudança, para melhor formarmos nossas crianças e jovens para o tempo atual e o futuro, cada vez mais imprevisível. Ainda bem que tenho notado que algumas instituições têm iniciado mudanças, mesmo que tímidas, o que é natural – afinal, trata-se de mexer com paradigmas muito arraigados e internacionalizados, e pouca preparação dos docentes a respeito … Está sendo tentada cada vez mais a utilização de metodologias ativas, nas quais o aprendizado se dá a partir da proposição de problemas e situações reais, baseadas nas que o estudante irá vivenciar em sua vida, pessoal e profissional. Um exemplo, muito bom para a utilização em engenharia, é o PBL – Problem-based Learning ou Aprendizagem Baseada em Problemas, no qual o estudante resolve um problema baseado em situações reais, mas organizado de forma que lhe são apresentadas situações nas quais ele precisará das ferramentas de engenharia que já aprendeu ou que irá aprender e utilizar, fixando-as então de modo efetivo…
Boas notícias, e parabéns às instituições corajosas que estão ousando! Será difícil e complicado, mas o sucesso virá!
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