Uma fonte de energia pouco explorada nas regiões costeiras do mundo é a diferença de salinidade entre a água do mar e a água doce dos rios que desaguam no mar. Esse processo natural envolve a troca de íons carregados eletricamente quando águas com diferentes níveis de salinidade se encontram, semelhante ao que acontece em uma bateria de íons de lítio. Essa energia, conhecida como “energia entrópica,” pode atingir até 2,2 kJ por litro de água doce.
No entanto, a extração de eletricidade desse processo tem sido desafiadora. Recentemente, cientistas da Universidade de Illinois, EUA, desenvolveram uma membrana semicondutora em nanoescala que utiliza o “arrasto de Coulomb” entre o fluxo de íons e cargas elétricas para gerar tensão e corrente elétrica, transformando a “bateria ideal” em uma fonte de energia real.
Durante a simulação de seu dispositivo, os pesquisadores descobriram dois comportamentos surpreendentes. Primeiro, o “arrasto de Coulomb” funcionou igualmente bem com cargas elétricas repulsivas, tanto positivas quanto negativas, contrariando as expectativas iniciais. Além disso, observaram um efeito de amplificação, com os íons transmitindo impulsos significativos às cargas, independentemente da configuração do canal ou dos materiais utilizados na construção do dispositivo.
Os cálculos iniciais indicam que a densidade de potência desses dispositivos iônicos pode rivalizar ou superar a das células solares, revelando um forte potencial para futuras aplicações de energia. O professor Jean-Pierre Leburton, coordenador da equipe, destacou que o projeto, inicialmente acadêmico, demonstrou versatilidade e superou as expectativas em diversos aspectos.
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