A startup Antora Energy, com respaldo do investidor Bill Gates, encontra-se atualmente engajada na criação de uma bateria modular de calor. Essa inovação é concebida como um recipiente que tem a capacidade de armazenar energia renovável a um custo altamente competitivo. A energia armazenada pode posteriormente ser liberada na forma de eletricidade ou calor, com aplicações direcionadas para processos industriais.
Esse empreendimento está inserido na abrangente campanha de descarbonização da indústria pesada. A empresa fabricante está confiante de que seu sistema de base carbônica possui a potencialidade de ser economicamente vantajoso e excepcionalmente útil. Isso é possível graças à sua habilidade de armazenar energia a temperaturas superiores a 2.000 °C, o que viabiliza a substituição completa dos recursos fósseis tradicionalmente utilizados.
O sistema inovador da nova bateria introduz uma abordagem distinta na extração de energia. Tanto o calor quanto a eletricidade podem ser obtidos por meio dos eficientes painéis termofotovoltaicos. Essa abordagem elimina a necessidade de componentes como válvulas, bombas, tanques altamente resistentes à corrosão, ou outros sistemas de contenção especiais, que seriam exigidos em processos que envolvem materiais fundidos. Andrew Ponec, co-fundador e CEO da Antora Energy, destacou: “Ao contrário do material fundido, não há necessidade de válvulas, bombas, tanques resistentes à corrosão ou outros sistemas de contenção especiais.”
Ponec também enfatizou a vantagem definitiva da estabilidade extrema do carbono em relação à temperatura e sua relação com a transferência de calor. Ele explicou: “A vantagem definitiva da estabilidade extrema do carbono à temperatura está relacionada com a transferência de calor. A transferência de calor radiativo é diretamente proporcional à quarta potência (T⁴) da temperatura do objeto fonte. Portanto, ao duplicar a temperatura, a transferência de calor radiativo aumenta em até 16 vezes.”
O resultado desse processo é que, em temperaturas superiores a 1.500 °C, a transferência de calor segue um padrão substancialmente diferente em comparação com o que estamos acostumados a observar em condições de temperatura ambiente. Nesse contexto, a radiação torna-se o principal meio de transferência, superando os métodos convencionais de condução e convecção. Para ilustrar, a uma temperatura de 2.000 °C, mais de 99% da transferência de calor é efetuada por meio da radiação luminosa, em contraposição à condução e convecção.
No novo sistema desenvolvido pela Antora, esse princípio é empregado de forma criativa. A empresa utiliza o brilho térmico gerado pelos seus tijolos de carbono por meio da emissão de radiação luminosa. Para converter essa energia de volta em calor, o sistema tem a capacidade de aquecer tubos de vapor, ar quente ou outro fluido de processo. Esse fluido pode então ser direcionado através da instalação conforme necessário, proporcionando assim uma maneira versátil de devolver a energia na forma de calor.
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