Engenheiros do renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, revelaram o protótipo de um avançado motor elétrico aeronáutico capaz de impulsionar aviões de passageiros. Ao contrário dos modelos existentes, que possuem potência na faixa de centenas de quilowatts, esse novo motor terá capacidade de até 1 megawatt (MW).
Embora o motor ainda esteja em fase de desenvolvimento e tenha sido apresentado apenas como um conjunto de peças individuais e esquemas, a expectativa é que ele possa ser integrado a fontes de eletricidade, como baterias ou células de combustível. Dessa forma, a energia elétrica seria convertida em trabalho mecânico para movimentar as hélices da aeronave.
Uma aplicação interessante desse motor seria sua combinação com um tradicional motor a jato turbofan, criando um sistema de propulsão híbrido. Durante determinadas fases do voo, o motor elétrico poderia fornecer propulsão elétrica, oferecendo maior eficiência energética.
O professor Zoltan Spakovszky, líder do projeto, enfatizou a importância desses motores de classe megawatt para tornar a aviação mais sustentável, independentemente da escolha de transportador de energia, seja ele baterias, hidrogênio, amônia ou combustíveis de aviação sustentáveis. Esses motores são considerados essenciais para impulsionar a transição ecológica na indústria aérea.
Com o desenvolvimento desse inovador motor elétrico, o MIT tem o potencial de revolucionar a aviação, abrindo caminho para a adoção em larga escala de aeronaves mais limpas e eficientes energeticamente.
A eletrificação da propulsão na aviação é um objetivo compartilhado pelas principais empresas aeronáuticas, que buscam projetar motores elétricos de megawatts capazes de impulsionar aeronaves de passageiros de maior porte, começando pela aviação regional.
No entanto, transformar esse objetivo em realidade apresenta desafios significativos. Embora motores elétricos estejam presentes em diversos dispositivos, à medida que o tamanho do motor ou do equipamento a ser acionado aumenta, as bobinas de cobre, o rotor magnético e o calor gerado também aumentam. Isso exige a criação de uma série de componentes que não são encontrados nos motores de dispositivos domésticos, como liquidificadores.
Zoltan Spakovszky afirmou que não existe uma solução única para superar esses desafios e que o sucesso está nos detalhes. O desenvolvimento de motores elétricos de megawatts para aeronaves requer um trabalho complexo de otimização dos componentes individuais e sua compatibilidade, maximizando o desempenho geral. Isso implica avançar os limites dos materiais, técnicas de fabricação, gerenciamento térmico, estruturas, dinâmica de rotor e eletrônica de potência.
Além disso, no caso específico de um motor aeronáutico, é essencial manter o peso mínimo possível. De acordo com o projeto do MIT, o motor elétrico e a eletrônica de potência têm aproximadamente o tamanho de uma mala e pesam menos do que um passageiro adulto. Essa preocupação com o peso é crucial para garantir a eficiência e o desempenho das aeronaves elétricas.
O trabalho em curso no MIT e em outras instituições de pesquisa representa um avanço importante em direção à realização da aviação elétrica em grande escala. À medida que os limites tecnológicos são superados e as soluções são aprimoradas, espera-se que a eletrificação da propulsão aérea desempenhe um papel significativo na redução das emissões de carbono e na transição para uma aviação mais sustentável.
O motor elétrico em questão é composto por diversos componentes-chave. Um rotor de alta velocidade, revestido com uma matriz de ímãs de polaridade variável, é um dos principais elementos. Ele é acompanhado por um estator compacto de baixa perda, que contém uma complexa matriz de enrolamentos de cobre e se encaixa dentro do rotor. Além disso, um trocador de calor é incorporado ao sistema para manter os componentes resfriados enquanto transmite o torque gerado pela máquina. Complementando o conjunto, há um sistema eletrônico de potência distribuído, constituído por 30 placas de circuito personalizadas, que realizam ajustes precisos nas correntes que passam pelos enrolamentos de cobre do estator em alta frequência.
De acordo com Zoltan Spakovszky, esse projeto representa a primeira verdadeira co-otimização integrada, em que todas as considerações, desde o gerenciamento térmico até a dinâmica do rotor, a eletrônica de potência e a arquitetura do motor elétrico, foram avaliadas de forma abrangente para determinar a melhor combinação possível, capaz de fornecer a potência específica necessária para um motor de um megawatt.
Cada um desses componentes já passou por testes individuais e atendeu às especificações do projeto. O próximo passo é realizar a engenharia pesada, integrando todos os elementos e fazendo com que funcionem em conjunto de maneira eficiente. Esse processo envolverá a sincronização cuidadosa de todos os aspectos do motor elétrico, garantindo que o desempenho geral seja otimizado.
Com o desenvolvimento desse motor elétrico de classe megawatt, o MIT e sua equipe estão no caminho certo para transformar a aviação por meio da eletrificação da propulsão, abrindo portas para a criação de aeronaves mais eficientes e sustentáveis em termos de energia.
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