Uma pesquisa recente revelou que 74,5% dos entrevistados classificam os serviços de streaming sem anúncios entre regular e muito bom, o que representa uma queda de 2,9 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. Já para as plataformas com anúncios, essa porcentagem é de 60,8%, uma redução de 13,4 pontos percentuais em relação a 2023.
Outros formatos analisados, como TV paga, TV pela internet, serviços de streaming gratuitos e aplicativos de TV aberta, também registraram quedas nas avaliações de satisfação.
Nos últimos anos, muitos serviços de streaming aumentaram seus preços, passaram a exibir anúncios e restringiram o compartilhamento de senhas. Por outro lado, buscaram parcerias com concorrentes para atrair novos assinantes.
Essas mudanças explicam parte da queda na satisfação, mas há um fator crucial: o conteúdo.
Queda na satisfação com o conteúdo
A pesquisa, realizada pela empresa Tivo nos Estados Unidos e Canadá, destaca que a qualidade do conteúdo é uma das razões para a piora nas avaliações, segundo Scott Maddux, vice-presidente de estratégia e negócios da empresa.
“A oferta de conteúdo original pode estar diminuindo, já que muitas empresas enfrentam desafios para atingir metas de lucratividade”, disse Maddux ao Ars Technica. “Sem novos conteúdos ou acordos de exclusividade, a percepção de valor ou diferenciação tende a cair”, concluiu.
Pesquisas adicionais realizadas nos EUA apontam uma tendência semelhante, com queda gradual na satisfação dos consumidores. Um relatório da Whip Media, baseado em entrevistas com mais de 2 mil assinantes de streaming, revela que as grandes plataformas estão encontrando mais dificuldades para agradar os usuários, enquanto serviços de médio porte têm recebido avaliações mais positivas.
O estudo sugere que o mercado, cada vez mais competitivo, exige uma combinação adequada de conteúdo original e catálogo diversificado, além de uma experiência de usuário satisfatória.
Menor investimento impacta a qualidade
A percepção de declínio na qualidade dos serviços de streaming também está associada à redução nos investimentos. Segundo a Variety, o crescimento do investimento previsto para as maiores plataformas entre 2023 e 2026 será menor que o registrado entre 2019 e 2023.
Além disso, os custos de produção aumentaram, impulsionados pela inflação e pelos reajustes salariais resultantes das greves de roteiristas e atores em Hollywood. Conforme a Bloomberg, algumas empresas planejam reduzir o número de produções, concentrando-se em qualidade ao invés de quantidade.
Com informações de Ars Technica.
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