A Synchron apresentou nesta quarta-feira (19/03) o plano para o desenvolvimento do Chiral, seu modelo de IA cognitiva, durante a conferência Nvidia GTC, que está acontecendo esta semana em San José, Califórnia.
A empresa de neurotecnologia demonstrou como sua interface cérebro-computador (BCI), alimentada pela plataforma Nvidia Holoscan, pode ser integrada ao Apple Vision Pro. Esse avanço permitirá que os usuários controlem ambientes digitais e físicos usando o Stentrode, um implante cerebral em forma de chip criado pela Synchron.
Demonstração na Nvidia GTC
Durante a apresentação, a Synchron mostrou o funcionamento da sua tecnologia com um paciente diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que causa paralisia progressiva. A demonstração mostrou Rodney Gorham, morador de Melbourne, na Austrália, utilizando a interface para controlar diversos dispositivos domésticos, tudo sem qualquer movimento físico. Ele foi capaz de realizar atividades cotidianas como tocar músicas, ajustar a iluminação, ligar um ventilador, alimentar seus animais e até operar um aspirador de pó robótico. Gorham recebeu o implante da interface em 2020.
A Visão da Synchron e Nvidia para a IA Cognitiva
Em entrevista à Wired, Tom Oxley, CEO da Synchron, ressaltou que a interface funciona de forma contínua, operando “24 horas por dia, 7 dias por semana”. Para garantir esse desempenho, a parceria com a Nvidia tem sido fundamental, fornecendo a infraestrutura necessária para processar grandes quantidades de dados.
Oxley explicou que a IA cognitiva é a próxima etapa na evolução da inteligência artificial, após as fases da IA agêntica (capaz de tomar decisões de maneira autônoma) e da IA física (integrada a robôs e dispositivos). De acordo com o comunicado divulgado pela Synchron, a empresa busca atingir três metas principais para impulsionar o desenvolvimento da IA cognitiva:
- Inferência motora em tempo real: melhorar a decodificação neural para reduzir a latência, tornando o controle dos dispositivos mais rápido e preciso.
- Interação com reconhecimento de contexto: com o auxílio da plataforma Nvidia Omniverse e dos modelos Cosmos, a tecnologia criará simulações realistas de ambientes domésticos, permitindo interações mais intuitivas e previsíveis.
- Treinamento do modelo “Chiral”: usar dados neurais de maneira anônima para treinar o modelo Chiral, que interpreta as intenções humanas e evolui continuamente, visando criar uma IA cognitiva geral.
No final de 2024, a Synchron divulgará os resultados de um estudo de segurança realizado ao longo de um ano com o Stentrode. O estudo acompanhou seis participantes que perderam os movimentos dos braços, e todos conseguiram utilizar a interface para controlar um cursor na tela e realizar cliques, sem sofrer complicações graves relacionadas ao cérebro ou aos vasos sanguíneos.
Além da Synchron, outras empresas, como Neuralink, Precision Neuroscience, Paradromics e Blackrock Neurotech, também estão desenvolvendo BCIs. A Neuralink, de Elon Musk, implantou um chip cerebral em um segundo paciente no ano passado, após o primeiro implante ter se soltado do cérebro.
Com informações da Wired e Tecnoblog.
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