Algum tempo depois de cancelar os planos de viagem agendados entre setembro e dezembro, além de realizar demissões de funcionários, a empresa 123 Milhas protocolou um requerimento de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, localizada em Minas Gerais. Esse pedido de recuperação engloba não apenas a 123 Milhas, mas também mais duas empresas.
Uma das empresas envolvidas é a Art Viagens, responsável pelo funcionamento da Hotmilhas, que oferece suporte para a emissão de passagens. A segunda empresa é a Novum, que atua como holding e é a proprietária dessas duas companhias.
Os advogados representantes das empresas argumentam que estão atravessando a “mais grave crise financeira desde o início de suas operações” e que uma combinação de fatores internos e externos resultou em um “significativo aumento de suas obrigações financeiras nos últimos anos”.
Com base nessa situação, as empresas optaram por entrar com o pedido de recuperação judicial. Elas sustentam que essa é a única maneira viável de enfrentar a crise, garantir a continuidade de suas operações e cumprir sua responsabilidade social.
A crise enfrentada pela 123 Milhas resultou em uma série de cancelamentos e demissões significativas. No meio de agosto de 2023, a 123 Milhas anunciou o cancelamento dos pacotes da categoria Promo, que tinham datas de embarque programadas entre setembro e dezembro do mesmo ano. Essa categoria Promo, a mais econômica oferecida pela empresa, proporcionava flexibilidade para aproveitar promoções das companhias aéreas e períodos de menor demanda.
Para compensar os pacotes cancelados, a 123 Milhas propôs a distribuição de vouchers no valor correspondente ao montante pago, acrescido de uma correção monetária equivalente a 150% do CDI. Esses vouchers poderiam ser utilizados para adquirir outros produtos disponibilizados pela empresa.
O cancelamento dos pacotes gerou reações tanto do Procon-SP quanto da CPI das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados. Ademais, os consumidores afetados demonstraram insatisfação com a situação. Alguns deles relataram dificuldades em utilizar os vouchers dentro da plataforma da 123 Milhas.
No dia 28 de agosto, a crise tomou um novo rumo com a ocorrência de uma demissão em massa dos funcionários da 123 Milhas. Essas demissões ocorreram de maneira repentina, segundo relatos compartilhados por funcionários no LinkedIn.
Embora não haja informações precisas quanto ao número exato de empregados desligados, a 123 Milhas justificou que essa decisão faz parte das medidas adotadas para atenuar os impactos da considerável redução nas vendas. A empresa alega que tal ação é parte de sua estratégia para estabilizar sua situação financeira diante dos desafios enfrentados.
Dívidas
A 123Milhas revelou à Justiça uma dívida que ultrapassa R$ 2,3 bilhões. A quantia exata da dívida é de R$ 2.308.724.726,25, a qual engloba obrigações com funcionários, fornecedores e credores. Marcello Mello, sócio do escritório Guimarães & Vieira de Mello Advogados, explica que esse valor representa o passivo declarado pelas empresas requerentes.
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