Uma grande parte do abastecimento de água doce líquida do mundo vem de águas subterrâneas. Esses reservatórios subterrâneos de água – que são armazenados no solo e nos aquíferos – alimentam riachos, sustentam terras agrícolas e fornecem água potável para centenas de milhões de pessoas.
Por esse motivo, os pesquisadores estão ansiosos para entender a rapidez com que a água da superfície reabastece ou “recarrega” os estoques de água subterrânea. Mas medir um recurso subterrâneo vasto e fluido é mais fácil dizer do que fazer. Um novo estudo de Wouter Berghuijs e colegas publicado na revista Geophysical Research Letters descobriu que as taxas de recarga podem dobrar as estimativas anteriores.
A equipe de pesquisa produziu um modelo atualizado de recarga de águas subterrâneas usando uma síntese global recente de medições regionais de águas subterrâneas. Eles descobriram que um único fator, a aridez do clima, estimava com precisão quanta precipitação escorria para as águas subterrâneas em todo o mundo: locais áridos tinham taxas de recarga mais baixas do que os úmidos. Os resultados do modelo baseado na aridez espelharam de perto as medições de campo e indicaram que os modelos anteriores subestimaram amplamente as taxas de recarga.
Esta descoberta tem implicações para o ciclo da água, dizem os autores. Por exemplo, as águas subterrâneas provavelmente contribuem mais para o fluxo do rio e para o uso de água pelas plantas do que os modelos anteriores previram. Isso poderia escalar para afetar todo o ecossistema.
Embora a água subterrânea possa recarregar mais rapidamente do que o esperado, a equipe adverte que a água subterrânea ainda é usada em excesso em muitos lugares, especialmente em regiões áridas. O esgotamento das águas subterrâneas ameaça a segurança hídrica nessas áreas, dizem eles, e os impactos das mudanças climáticas permanecem desconhecidos.
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