Como soavam os rugidos dos dinossauros é uma incógnita intrigante. A impossibilidade de capturar os sons do passado adiciona um véu de mistério a essa questão. O paleontólogo Michael Habib esclarece que as estruturas responsáveis pela produção de sons nesses animais, como músculos e cartilagens, raramente fossilizam devido à sua natureza menos resiliente.
A complexidade da tarefa de recriar os rugidos dinossaurianos é evidente, conforme Habib compartilha em um episódio do podcast Unexplainable. Ele explica que o famoso e aterrorizante rugido do Tyrannosaurus rex no filme Jurassic Park, composto por uma variedade de sons de animais como tigres, leões, coalas, burros, golfinhos e elefantes, pode não refletir com precisão a realidade. Este mix sonoro inclui até mesmo sons de animais não pertencentes ao grupo Sauropsida, que evoluiu para répteis e aves. Em resumo, a busca pela verdadeira acústica dos dinossauros continua a ser um desafio fascinante.
Ao ser questionado sobre as evidências científicas que desmentem a possibilidade de um T. rex se assemelhar a um jumento, o designer de som de Jurassic Park, Gary Rydstrom, conhecido por seu trabalho também em Indiana Jones e O Exterminador do Futuro, ofereceu uma resposta direta e esclarecedora: “É um filme”, ressaltou.
Conforme relatado pelo apresentador do podcast, Noam Hassenfeld, a unanimidade entre os cientistas com os quais ele discutiu ressalta a importância de desvendar o som dos dinossauros. Essa questão não apenas revela como esses animais antigos se comunicavam, mas também fornece insights sobre seus movimentos e estilo de vida.
Uma abordagem para reconstruir a voz real dos dinossauros, conforme explicado por Habib, envolve a análise dos descendentes modernos desses animais. Os crocodilianos, por exemplo, produzem sons graves, uma característica que talvez tenha sido compartilhada por um T. rex no final do período Cretáceo. No entanto, é interessante notar que, nesse cenário, o dinossauro não abriria sua boca, já que os crocodilianos emitem seus sons poderosos com a boca fechada.
Um exemplo notável ocorreu em dezembro de 2017, quando a paleontóloga Julia Clarke demonstrou esse som intrigante na BBC. Ela utilizou gravações distantes de um crocodilo para simular como o T. rex poderia ter soado (confira o vídeo acima).
Portanto, a questão persiste: Como era o som do T. rex?
Reconstruction of what the T-Rex may have sounded like, according to a vocalization study by Sandia National Laboratories pic.twitter.com/uK0QDtpVeJ
— Historic Vids (@historyinmemes) November 12, 2023
Embora os crocodilos ofereçam uma base sólida para simular os sons do T. rex, conforme salientado por Clarke, é crucial lembrar que são os pássaros os descendentes diretos dos dinossauros. Essa conexão adiciona uma camada mais intrigante, visto que os pássaros possuem um órgão vocal exclusivo: a siringe, situada no fundo do peito, próximo ao coração.
A possibilidade de os dinossauros terem tido siringes, se confirmada pelos cientistas, ampliaria significativamente as opções sonoras. A siringe, com suas duas aberturas, teoricamente permitiria que os dinossauros realizassem uma forma única de dueto, como destaca Habib.
Num esforço para recriar os sons que os dinossauros produziam há 75 milhões de anos, cientistas dos Laboratórios Nacionais Sandia e do Museu de História Natural e Ciência do Novo México, nos EUA, adotaram uma abordagem inovadora. Utilizando tomografia computadorizada e poderosos computadores, reproduziram o aterrador som de baixa frequência do T. rex. O resultado foi compartilhado na rede social X, acumulando mais de 9 milhões de visualizações.
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