Na Itália, país em que registra o segundo maior número de casos de Coronavirus e com medidas rigorosas de quarentena, imagens registradas pelo satélite Copernicus Sentinel-5P no norte do país, capturadas entre 1 de janeiro a 11 de março, revelaram uma grande queda na poluição do ar – especificamente por dióxido de nitrogênio, um gás emitido principalmente por carros, caminhões e áreas industriais.
Confira as imagens no vídeo abaixo:
“Embora possa haver pequenas variações nos dados devido à cobertura de nuvens e às mudanças climáticas na região, estamos muito confiantes de que a redução nas emissões que podemos ver coincide com o período de quarentena na Itália, causando menos tráfego e atividades industriais”, afirma Claus Zehner, gerente da missão Copernicus Sentinel-5P.
É claro que a queda na poluição atmosférica não é tão relevante frente à devastação causada pelo vírus. Para tanto, os números preliminares demonstram que esse desastre global de saúde é uma oportunidade para avaliar quais aspectos da vida moderna são absolutamente necessários e que mudanças positivas podem ser possíveis, se mudarmos nossos hábitos em uma escala global.
“A poluição do ar excede a malária como causa global de morte prematura por um fator de 19; excede a violência por um fator de 16, HIV/AIDS por um fator de 9, álcool por um fator de 45 e uso de drogas por um fator de 60.” Diz o físico Jos Lelieveld, do Instituto Chipre de Nicósia.
“É notável que tanto o número de mortes quanto a perda de expectativa de vida causada pela poluição do ar rivalizem com o efeito do fumo do tabaco e sejam muito maiores do que outras causas de morte”, concluiu Lelieveld.
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