Uma recente pesquisa sugere que o antigo assentamento sírio, Abu Hureyra, mudou de caça para agricultura devido ao impacto de um cometa, uma teoria chamada Hipótese do Impacto do Younger Dryas. Isso implicou que, cerca de 12.800 anos atrás, uma catástrofe ambiental provocou uma transformação drástica nos métodos de sobrevivência humanos em Abu Hureyra.
Os cientistas estão investigando a ideia de que um rápido resfriamento global, conhecido como Younger Dryas, resultou de um cometa fragmentado colidindo com a atmosfera terrestre, causando uma mudança significativa no ambiente. A região, anteriormente caracterizada por uma paisagem úmida e arborizada com abundância de alimentos, transformou-se em um clima mais frio e árido. Isso forçou os habitantes de Abu Hureyra a se adaptarem e inovarem para sobreviver.
A aldeia de Abu Hureyra, que agora está submersa no Lago Assad, fornecia valiosas evidências de mudanças na dieta das pessoas após o impacto. A análise dos vestígios revelou que os habitantes passaram a depender mais de grãos cultivados em casa em vez de leguminosas selvagens, frutas e bagas. Esse evento não apenas acelerou a inovação na agricultura, mas também causou mudanças significativas na demografia, na arquitetura e marcou o início da domesticação de animais na região.
Os cientistas descobriram uma camada especial de “tapete preto” rica em carbono, que continha nanodiamantes, platina e esférulas metálicas, indicando temperaturas extremamente elevadas que ultrapassaram a capacidade tecnológica humana da época. Para compreender esse fenômeno, os pesquisadores compararam as explosões cósmicas com os testes nucleares do século XX, como os ocorridos no Novo México em 1945 e no Cazaquistão entre 1949 e 1953. Ambos os eventos geraram ondas de choque que se propagaram da atmosfera para a superfície terrestre.
Referência: Moore et al., Science Open: Airbursts and Cratering Impacts, 2023.
“Nos nossos estudos, detalhamos as características das fraturas por impacto associadas a eventos de baixa pressão”, disse Kennett. “Fizemos isso para fins de comparação com as fraturas em grãos de quartzo observadas nas camadas do Younger Dryas.”
“Pela primeira vez, estabelecemos que o metamorfismo por impacto em grãos de quartzo, resultante de uma explosão nuclear, apresenta semelhanças com o que ocorreu em uma explosão cósmica de baixa altitude e pressão”, concluiu Kennett.
É importante destacar que, embora seja considerada “baixa pressão”, essa pressão ainda é equivalente a mais de 3 gigapascals (GPa), o que pode ser ilustrado como a pressão de cinco aviões 737 empilhados em uma pequena moeda. Essa nova abordagem auxiliará na identificação de explosões aéreas que podem não ter sido reconhecidas anteriormente e que os especialistas acreditam ocorrer a cada século ou milênio.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos! 
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.
