Um grupo de cientistas adverte sobre o potencial impacto devastador da poeira magnética liberada por satélites espaciais, especialmente em meio às megaconstelações como as da SpaceX. Essa poeira, ao se acumular na atmosfera da Terra, poderia enfraquecer significativamente o campo magnético do planeta, reduzindo sua eficácia protetora pela metade e resultando em grandes desastres envolvendo satélites.
Em um artigo publicado no servidor de pré-impressão arXiv, a doutoranda Sierra Solter, da Universidade da Islândia, destaca que a colocação planejada de mais de 500 mil satélites na órbita terrestre nas próximas décadas representa um desafio crucial para a preservação da estabilidade atmosférica.
Solter explica que a desintegração de satélites das megaconstelações na atmosfera terrestre geraria uma camada de partículas eletricamente carregadas, criando um cenário alarmante semelhante ao de um filme apocalíptico. Estudos revelam que os detritos de um único satélite Starlink da SpaceX desorbitado são aproximadamente sete vezes mais massivos que os Cinturões de Van Allen, regiões cruciais de partículas carregadas presas pelo campo magnético terrestre.
A condutividade desses detritos de satélites é apontada como o cerne do problema, podendo afetar adversamente o campo magnético da Terra. Embora algumas vozes discordem das previsões catastróficas, argumentando que são especulativas, Solter enfatiza a importância de uma análise detalhada e do engajamento de cientistas para compreender e mitigar os potenciais impactos dessa crescente atividade humana no ambiente espacial.
“É crucial reconhecer os riscos envolvidos na saturação da magnetosfera terrestre com poeira condutora proveniente de satélites. Devemos promover uma investigação intensiva sobre esse fenômeno, considerando seu potencial de perturbação não apenas na atmosfera, mas também na ionosfera”, ressalta Solter.
Fontes: arXiv / LiveScience / Space Weather Archive
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