Enquanto o Brasil assiste a tragédia de Mariana, onde falta de planejamento e negligência das autoridades resultaram em catástrofe ambiental de proporções imensuráveis, um tribunal holandês tomou uma decisão que divide opiniões à favor da segurança de seus residentes.
Foi decidido que a extração de gás natural do maior campo da Europa deve ser cortada em pelo menos 18% após habitantes locais denunciarem que tremores induzidos pela produção estão danificando suas casas.
O Conselho de Estado disse que o volume produzido no campo de gás de Groningen deve ser temporariamente limitada a 27 Bcm por ano a partir de 1 de outubro. O que representa cerca de 6% do consumo de gás esperado na União Europeia no próximo ano.
Porém um aumento na produção pode ser permitido caso o inverno seja mais rigoroso que o normal.
A decisão foi tomada baseada nos apelos de cerca de 40 indivíduos, cooperativas de habitação e grupos ambientalistas contra as metas de produção estabelecidas pelo ministro da Economia, Henk Kamp. Esse mesmo campo gerou cerca de 10,7 bilhões de euros em receitas no ano passado e também fornece gás para a Alemanha, Bélgica e França.
“O ministro deveria ter explicado mais claramente por que o limite da extração de gás não pode ser fixado em menos de 33 Bcm”, disse o tribunal. “Afinal, estudos concluíram que quanto menor a extração de gás, menor o risco sísmico que pode potencialmente afetar o meio ambiente e a população.”
Enquanto a Holanda limita progressivamente a produção em Groningen, alguns ainda argumentam que a produção deveria parar completamente ou pelo menos ser reduzida ainda mais, alegando que a segurança dos moradores é mais importante que a segurança do fornecimento de gás europeu.
As sanções holandeses até agora, não conseguiram conter a queda nos preços do gás europeu que sofre com um mercado saturado de gás vindo da Rússia, Noruega e Qatar.
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