Depois de cancelar pacotes de viagens, a 123 Milhas e outras duas empresas associadas a ela ingressaram com um pedido de recuperação judicial. Na quarta-feira (20), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) interrompeu temporariamente o procedimento em resposta a uma solicitação do Banco do Brasil, que é o principal credor da empresa.
O Banco do Brasil alegou que a 123 Milhas não apresentou todos os documentos requeridos pela Lei da Recuperação Judicial, incluindo a lista de credores, juntamente com a petição inicial. Além disso, a instituição financeira argumentou que as disposições legais destinadas a garantir que os credores e outros interessados tenham acesso adequado às informações sobre a empresa não foram cumpridas.
O Banco do Brasil também expressou sua preocupação em relação às verdadeiras condições operacionais da empresa. Vale destacar que, de acordo com os registros divulgados pela 123 Milhas, o Banco do Brasil é o maior credor, com um montante a receber de R$ 97,1 milhões dos R$ 2,37 bilhões em dívidas da empresa de viagens.
Como resultado da decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o processo de recuperação judicial da 123 Milhas foi temporariamente suspenso para permitir uma análise detalhada dos documentos apresentados. Esta análise já havia sido ordenada anteriormente.
Rodrigo de Oliveira Spinelli, sócio da BBMO Advogados, observou que, com essa suspensão, a 123 Milhas, em princípio, não está mais sob o regime de recuperação judicial. No entanto, o desembargador decidiu manter o prazo de blindagem patrimonial como uma medida de precaução para preservar a empresa.
A advogada Grasiele Roque da Silva, da Benício Advogados, enfatizou que a decisão de quarta-feira reforçou a impossibilidade de pagamento dos créditos sujeitos à recuperação judicial.
Em agosto de 2023, a empresa 123 Milhas tomou a decisão de cancelar pacotes promocionais que haviam sido previamente vendidos sem uma data específica de utilização. Os clientes afetados não receberam reembolso em dinheiro; em vez disso, receberam um voucher para futuros serviços da empresa, com o valor original acrescido de uma correção de 150% do CDI.
Apenas uma semana após esse cancelamento, a empresa realizou uma demissão em massa, pegando muitos de seus funcionários de surpresa. Alguns desses funcionários expressaram sua surpresa e preocupação no LinkedIn. A 123 Milhas confirmou as demissões e explicou que elas fazem parte de um processo de reestruturação.
No mesmo mês de agosto, a 123 Milhas, juntamente com a Art Viagens (nome oficial da Hotmilhas) e a Novum (holding que é proprietária das duas empresas), apresentou um pedido de recuperação judicial. Elas alegaram estar enfrentando a “pior crise financeira desde suas respectivas fundações” e afirmaram que somente através da suspensão temporária do pagamento das dívidas poderiam continuar operando suas atividades.
Com informações de Folha de S.Paulo e G1.
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