As baterias quânticas, inicialmente uma curiosidade na física teórica, agora capturam a atenção de entusiastas práticos. As teorias sugerem que, devido aos efeitos quânticos, as células dessas baterias poderiam carregar simultaneamente, prometendo uma velocidade de recarga inigualável. Embora a primeira bateria quântica experimental tenha surgido em 2020, ainda está longe de aplicação prática para dispositivos como celulares ou carros, assemelhando-se mais aos sistemas de qubits supercondutores de computadores quânticos.
No entanto, os experimentos de Gaoyan Zhu e sua equipe na Universidade de Tóquio revelaram que um fenômeno quântico peculiar pode desempenhar um papel eficaz na carga e descarga dessas baterias, destacando avanços tanto teóricos quanto experimentais.
O fenômeno peculiar investigado pela equipe desafia nossa intuição ao parecer contrário à ideia arraigada de causalidade, conhecida como a lei de causa e efeito. Este conceito fundamental, tão querido em nossa percepção tradicional do mundo, é desafiado por essa abordagem bizarra, que sugere que uma coisa pode ocorrer independentemente da outra.
No mundo clássico ao qual estamos habituados, a causalidade segue uma única direção: se o evento A causa o evento B, então é evidente que B não causou A. Contudo, na escala quântica, surge a possibilidade da “ordem causal indefinida”, onde ambas as direções de causalidade coexistem em uma superposição quântica. Isso implica que ambas as direções e nenhuma delas são simultaneamente verdadeiras, só se tornando definidas quando realizamos uma medição.
[Imagem: Université Libre de Bruxelles]
[Imagem: Gaoyan Zhu]
Os cálculos demonstraram que a abordagem com causalidade indefinida proporciona à bateria mais energia de maneira eficiente, mesmo com uma conexão relativamente fraca entre os carregadores e a bateria. Embora a equipe tenha realizado um experimento de prova de princípio com fótons para validar esses cálculos, testes diretos sobre o carregamento completo de uma bateria quântica ainda estão pendentes.
Assim, para compreender completamente como a ausência da sequência de causa e efeito pode impactar o desempenho das baterias quânticas, será necessário aguardar experimentos mais abrangentes. A equipe está dedicada a desenvolver tais experimentos para esclarecer essas questões.
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