A computação quântica, embora muitas vezes vista como algo do futuro, já está sendo aplicada de forma preliminar, como demonstrado pela Boeing. A empresa está utilizando a plataforma IBM Quantum para abordar o desafio da corrosão nas aeronaves, um problema complexo que demanda simulações avançadas. A corrosão, um processo de deterioração provocado por reações químicas com a umidade, pode ser especialmente prejudicial em aeronaves de estrutura majoritariamente metálica, podendo resultar em danos que, se não forem prevenidos ou reparados, representam riscos significativos.
A indústria aeroespacial está conduzindo pesquisas para desenvolver materiais e técnicas de construção que atenuem ou evitem completamente a corrosão. Isso tem como objetivo não apenas aprimorar a segurança das aeronaves, mas também diminuir os custos associados à manutenção.
A pesquisa se inicia com um profundo entendimento do problema, e pesquisadores da Boeing, Nam Nguyen e Kristen Williams, estão focados em compreender as reações microscópicas que desencadeiam a corrosão. Para isso, desenvolveram duas técnicas de simulação por meio da computação quântica para analisar o processo de “redução de água”, que envolve a divisão de uma molécula de água em uma superfície de magnésio. Essa etapa é crucial, pois o processo é o ponto de partida das reações corrosivas, representando um passo significativo em direção à simulação completa da corrosão, como explicado por Mario Motta, pesquisador da IBM.
O desafio é significativo, mas já está gerando resultados. A parceria com a IBM permitiu à Boeing desenvolver um software eficiente na plataforma IBM Quantum, possibilitando a resolução de problemas avançados. Embora os computadores quânticos atuais ainda não ofereçam a tolerância a falhas necessária para resolver problemas altamente complexos, a jornada em direção a esse objetivo está em andamento. Embora não possam solucionar integralmente a questão da corrosão, esses computadores estão progredindo e já auxiliam na realização de previsões valiosas.
A IBM está em constante pesquisa para aprimorar a computação quântica, atualmente desenvolvendo o Condor, um computador quântico com 1.121 qubits, e um computador com mais de 4.000 qubits em desenvolvimento. Aumentar o número de qubits é fundamental, pois cada qubit pode assumir 0, 1 ou uma superposição de ambos, oferecendo uma abordagem mais versátil em comparação com a lógica binária da computação convencional, na qual um bit só pode representar 0 ou 1, mas não ambos ao mesmo tempo.

A utilização de qubits permite a resolução rápida e precisa de problemas que, em computadores convencionais, demandariam horas, dias ou até meses para serem solucionados. Mais informações sobre a pesquisa conjunta da Boeing e IBM podem ser encontradas na revista científica Nature.
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