Conheça as primeiras etapas do desenvolvimento de um veículo completamente novo da Stellantis em Betim, MG

As primeiras etapas de desenvolvimento de um veículo completamente novo da Stellantis, que existe apenas como conceito e desenho, não são mais feitas em ferro e aço, mas ganham forma e vida no mundo virtual. É como se cada projeto nascesse no metaverso e pudesse reunir ao seu entorno pessoas que estão situadas fisicamente em pontos distantes, mas que podem atuar juntas e interagir com o automóvel que vai tomando forma e exercitando suas funções.

Isto é possível devido aos sistemas de alta tecnologia de Realidade Virtual (VA) e Realidade Aumentada (AR) que otimizam o desenvolvimento dos novos produtos, tornando os processos cada vez mais precisos e eficientes. Essas ferramentas estão reunidas no VIRTUAL CENTER SOUTH AMÉRICA, área que recebeu investimentos de R$ 4,1 milhões, integrando o que há de mais avançado do mundo digital à Engenharia Automotiva.

Esta é uma das mais novas áreas do South América Tech Center, o mais completo e complexo centro de engenharia automotiva da América do Sul, que reúne 60 laboratórios e é capaz de desenvolver qualquer projeto a partir do zero, realizando todas as suas etapas, inclusive os testes que antecedem a entrada em produção.

O Virtual Center South América integra as diversas áreas da Engenharia na construção virtual do veículo, nas definições de soluções de projeto, do conceito inicial à industrialização, com avaliações contínuas que reúnem aspectos de ergonomia, segurança e interface dos sistemas e componentes garantindo a construção virtual do veículo, para que nas fases anteriores ao lançamento e desenvolvimento das ferramentas conheçamos o carro completo.

O trabalho integrado acelera o tempo de comunicação entre as diferentes equipes envolvidas, incluindo os times da própria Engenharia de Produto, Assistência Técnica, Qualidade, Manufatura, fornecedores, entre outros. O resultado é a validação das performances virtuais, isto é, a garantia de que a geometria e a performance da carroceria, componentes e sistemas estejam coerentes com o briefing conceitual e os objetivos funcionais do novo veículo muito antes da validação física.

As análises virtuais podem envolvem qualquer veículo e pode ser utilizado para benchmarking, cujo objetivo é realizar avaliações comparativas na perspectiva de melhoria de produtos e processos. Com um scanner, a carroceria e os componentes do veículo podem ser digitalizados e, na sequência, carregados nos softwares do Virtual Center. Este processo é denominado GARAGEM VIRTUAL.

O Virtual Center South América ocupa uma área de 800 metros quadrados e é composto de três ambientes:

Sala de Realidade Virtual: Utiliza software de última geração para criar modelos digitais imersivos em 3D. Na power wall, com tela de 150 polegadas e tecnologia 3D ativa, é possível visualizar com o máximo de detalhes a carroceria e todos os componentes do carro e, com o uso de joysticks, realizar interações, como a retirada da bomba de combustível, simulando uma troca na concessionária. No ambiente virtual, é possível, por exemplo, identificar se há dificuldade na substituição desse componente pela equipe da assistência técnica, de modo a ser possível realizar os ajustes técnicos ainda na fase virtual.

Sala Integrada: As interações são feitas em um cockpit adaptável, com as medidas “reais” do veículo a ser analisado, composto por chassi, bancos dianteiro e traseiro, painel, console e volante. Nesse ambiente, a realidade virtual é em 4D. Com o uso de óculos de realidade virtual imersivo, integrado ao sistema wireless, a sensação é de estar dentro de um carro. Detalhes da arquitetura interna e externa são criados no ambiente virtual e, com os movimentos do corpo, ocorre a interface homem-máquina, como abrir e fechar as portas e o capô, colocar uma caixa no porta-malas ou uma lata no console e girar o volante. Essas imagens são reproduzidas em tempo real nos quatro monitores de 75 polegadas, instalados na sala. O contato entre peças, flexibilidade e gravidade também são explorados na simulação, tornando as interações muito próximas da realidade. Quando o motor é ligado, por exemplo, é possível perceber a vibração dos chicotes e outros elementos flexíveis, a partir do carregamento das características elásticas desses componentes. Além do joystick, a interação também pode ocorrer com o uso de luvas eletrônicas, que possuem sensores capazes de reproduzir o movimento das mãos no ambiente virtual.

Além disso é possível interagir com avatares de pedestres, veículos ou motos, que podem circular pelo ambiente através de sensores de posição que permitem um deslocamento desses avatares para realizar análises de visibilidade de coluna A, B etc.

Oficina: Após a validação digital, tem início a construção de modelos físicos dos componentes internos e externos do novo veículo, como farol, lanterna, console, painel de instrumento, entre outros. Os materiais utilizados na construção desses protótipos são resina, fibra de carbono, fibra de vidro e impressão 3D. Na oficina, os cálculos validados e certificados na Sala de Realidade Virtual e na Sala Integrada começam a ganhar vida, em um ambiente controlado, para nova sequência de avaliações.

O Virtual Center South América conta também com a tecnologia de Realidade Aumentada (AR), que é a combinação do ambiente real com o ambiente virtual. Por meio de um tablet, é possível projetar, em uma carroceria, por exemplo, elementos das partes interna e externa do veículo.

As dimensões são detalhadamente calculadas por meio de um scanner para garantir 100% de assertividade na interação entre o físico e o virtual.