O matemático, físico, inventor, filósofo e teólogo católico francês Blaise Pascal dizia que “ O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora. Quantos reinos nos ignoram! “. O que ele não sabia é que o espaço não é vazio, muito menos silencioso.
O espaço, embora considerado vácuo por ser uma área física não ocupada por corpos celestes, contém partículas, predominantemente plasma de hidrogênio e hélio, além de radiação eletromagnética, campos magnéticos, neutrinos, poeira interestelar e raios cósmicos
Em regiões onde o campo magnético exerce influência, como o ambiente espacial que circunda o planeta terra, o movimento das ondas eletromagnéticas conhecidas como plasma fazem com que as partículas se movimentem de um lado para o outro. Essas ondas de plasma produzem uma cacofonia rítmica semelhantes ao rugido do oceano.
A dinâmica dessas ondas de plasma já está sendo estudada por cientistas da NASA através das sondas gêmeas da missão Van Allen, foram estas sondas que descobriram um novo cinturão de radiação ao redor da terra.
Agora, com a captação desses sons registrados pela observação das sondas, pode se mapear essas interações e com isso melhorar as previsões do tempo espacial, à qual interfere diretamente nos satélites e sinais de telecomunicações.
Com esse novo mapa será possível compreender à aceleração e os escapes dos elétrons nos cinturões de radiação – os cinturões de Van Allen.
O aparelho chamado EMFISIS, cuja sigla significa em inglês conjunto de instrumentos para medição de campo elétrico e magnético e ciência integrada é utilizado nas duas sondas Van Allen. Quando as naves encontram uma onda, os sensores gravam as mudanças na freqüência dos campos elétricos e magnéticos, bastando então mudar essas freqüências para a faixa audível e assim ouvir o som do espaço.
Um tipo de onda de plasma fundamental para moldar o ambiente espacial próximo da Terra são as chamadas ondas de modo assovio. Elas criam sons distintos dependendo do plasma em que viajam. Por exemplo, a região bem próxima à superfície da Terra, chamada plasmasfera, é relativamente densa de plasma frio, o que torna as ondas muito diferentes daquelas que viajam por regiões mais afastadas. Embora diferentes ondas em modo assovio “cantem” melodias diferentes, todas movem-se da mesma maneira, com as mesmas propriedades eletromagnéticas.
Essas ondas também são geradas quando um raio atinge a Terra. A descarga elétrica desencadeia ondas de plasma, algumas das quais escapam da atmosfera e chocam-se com as linhas do campo magnético da Terra. Como um raio cria uma gama de frequências, e como as frequências mais altas viajam mais rapidamente, a onda gera um apito que começa alto e vai decaindo – um autêntico assovio.
Para além do plasmosfera, onde o plasma é tênue e relativamente quente, as ondas se parecem mais com o chilrear de um bando de pássaros barulhentos. Esse tipo de onda é chamado de coro e é criado quando os elétrons são empurrados para o lado noturno da Terra – o que, em alguns casos, pode ser causado pela reconexão magnética, uma explosão dinâmica de linhas de campo magnético emaranhadas no lado escuro da Terra. Quando esses elétrons de baixa energia atingem o plasma, eles interagem com partículas, transmitindo energia e criando um tom ascendente único.
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