Sabe que tamanho tem um nanômetro? Considere o diâmetro de um fio de cabelo como referência. Bom, tem que diminuir um pouco. E que tal a célula humana? Bom, ainda não é o suficiente. Está bem, chega de mistério: um nanômetro é o equivalente a um bilionésimo de metro, ou, se preferir, o mesmo que um milímetro dividido por um milhão. Pequeno né?
Apesar de microscópicas, estruturas em escala nanométrica estão presentes em nossa rotina dispostas a nos oferecer uma série de aplicações. A próxima delas, inclusive, pode ser a tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP capaz de gerar hologramas com mais qualidade.
Desenvolvida à base de silício em sua forma cristalina, novas nanoestruturas transmitem com maior intensidade o laser que incide em sua superfície, resultando em imagens mais definidas, tridimensionais e sem os chamados “fantasmas”.
Inédita no mundo, a aplicação foi criada pelo Grupo de Metamateriais, Microondas e Óptica (GMETA) do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC. Na pesquisa, os cientistas projetaram alguns conjuntos de nanoestruturas, chamados de metassuperfícies, para controlar as propriedades da luz.
“Uma tendência marcante no mercado tecnológico é a miniaturização dos dispositivos para torná-los cada vez mais compactos, mas sem comprometer seu desempenho. Basta ver a evolução dos celulares, notebooks e televisores ao longo dos anos, que estão ficando cada vez mais finos e eficientes em suas funções”, explica Augusto Martins, doutorando da EESC e um dos autores do trabalho. Segundo ele, a versatilidade e a fácil integração a outras tecnologias são algumas das principais vantagens de miniaturizar dispositivos.
Por absorver menos luz em comparação a outros materiais utilizados em holografia, o material escolhido pelos pesquisadores para a produção das metassuperfícies, possibilita a transmissão da luz do laser de forma mais intensa. “Tais estruturas devem ser energeticamente eficientes, ou seja, a maior parte da luz que incide sobre elas deve ser convertida de forma útil nas aplicações para as quais foram desenvolvidas”, reitera Martins, que testou sua tecnologia projetando peças de xadrez holográficas.
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