Segundo o estudo, publicado na revista Nature Astronomy nesta segunda-feira (7), Urano leva 17 horas, 14 minutos e 52 segundos para completar uma rotação. A estimativa anterior, feita com base em dados da sonda Voyager 2, da NASA, era de 17 horas, 14 minutos e 24 segundos. A diferença pode parecer pequena, mas tem implicações significativas para o mapeamento e estudo do planeta.
Como o Hubble mediu a rotação de Urano com mais precisão
A Voyager 2, que passou por Urano em janeiro de 1986, foi a única espaçonave a visitar o planeta até hoje. Na época, os cientistas basearam a estimativa da rotação em sinais de rádio emitidos pelas auroras do planeta e em medições diretas do campo magnético.
No entanto, o estudo liderado pelo astrônomo Laurent Lamy, do Observatório de Paris, aponta que a estimativa original tinha incertezas significativas. Em poucos anos após a passagem da Voyager 2, os cientistas já haviam “perdido” a orientação precisa do eixo magnético de Urano, prejudicando os sistemas de coordenadas usados para mapear o planeta.
Usando dados do Telescópio Hubble coletados entre 2011 e 2022, os pesquisadores acompanharam o movimento das auroras de Urano ao longo de mais de uma década. Isso permitiu identificar com precisão os polos magnéticos do planeta e refinar o cálculo do seu período de rotação.
“As observações contínuas do Hubble foram cruciais”, afirmou Lamy. “Sem essa riqueza de dados, seria impossível detectar o sinal periódico com esse nível de precisão.”
Avanço pode ajudar em futuras missões a Urano e exoplanetas
A metodologia utilizada pode agora ser aplicada a outros corpos celestes com campo magnético e auroras, inclusive exoplanetas. Além disso, o novo valor mais preciso ajudará no planejamento de futuras missões para Urano, como a definição de rotas orbitais e pontos ideais de entrada na atmosfera.
Este avanço oferece um sistema de coordenadas mais estável e confiável para o estudo do planeta, com validade prevista para durar décadas — até que novas missões possam aprofundar ainda mais nosso conhecimento sobre Urano e seu comportamento magnético.
Com informações de Space.com.
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