O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Miguel Hernández de Elche e outras instituições espanholas, apresenta os primeiros mapas globais de risco que cruzam o potencial eólico com a dinâmica das cadeias alimentares oceânicas. Os resultados revelam uma preocupante sobreposição entre áreas ideais para parques eólicos offshore e zonas cruciais de alimentação de espécies marinhas.
Biodiversidade marinha em risco com projetos eólicos
Segundo os cientistas, espécies como aves marinhas e cetáceos tendem a se alimentar em regiões onde também há alto potencial para geração de energia eólica. Essa coincidência geográfica pode provocar impactos como colisões com turbinas, poluição sonora subaquática e destruição de habitats naturais.
Além disso, muitas dessas áreas não estão inseridas em Áreas Marinhas Protegidas (AMPs), o que limita a capacidade de mitigação dos danos ambientais. Os autores defendem a criação de zonas de exclusão e o uso de ferramentas científicas no planejamento espacial marinho para garantir um equilíbrio entre desenvolvimento energético e conservação da fauna marinha.
Planejamento com base em dados ecológicos
A pesquisa propõe o uso de dados ecológicos, como o rastreamento por GPS de aves marinhas, para identificar rotas de migração e zonas de alimentação. Esses dados podem ser integrados aos estudos de viabilidade ambiental dos parques eólicos offshore, reduzindo o risco de interferência nos padrões naturais das espécies.
Embora o Hemisfério Norte concentre a maior parte da sobreposição, os cientistas alertam que a falta de dados no Hemisfério Sul pode mascarar riscos igualmente relevantes.
Conclusão: energia limpa sim, mas com responsabilidade ambiental
O estudo não propõe frear a transição energética, mas sim garantir que ela seja feita de forma inteligente e sustentável. Para isso, é essencial considerar a preservação da biodiversidade marinha como parte integrante da expansão da energia eólica offshore.
Com informações de EcoDebate.
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