Um chip brasileiro deverá renovar o sistema de detecção do Alice (A Large Ion Collider Experiment), um dos quatro grandes experimentos do LHC (Large Hadron Collider), o maior colisor de partículas do mundo, situado na fronteira franco-suíça. Trata-se do chip Sampa, projetado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), no Brasil.
Testado em vários países e submetido ao escrutínio de um conjunto internacional de especialistas, o Sampa foi muito bem avaliado e recebeu sinal verde para fabricação em larga escala. Serão produzidas 88 mil unidades, necessárias ao upgrade do Alice, pela empresa TSMC, em Taiwan.
“Os novos chips vão instrumentalizar dois detectores do Alice: o TPC [Time Projection Chamber] e o MCH [Muon Chamber]. O TPC detecta as trajetórias das partículas carregadas produzidas e o MCH mede, especificamente, a produção de múons”, disse Marcelo Gameiro Munhoz, professor livre-docente do Instituto de Física da USP (IFUSP) e um dos coordenadores do desenvolvimento do chip.
Vale lembrar aqui que o múon é uma partícula pertencente à classe dos léptons. Apresenta a mesma carga elétrica (-1) e o mesmo spin (1/2) do elétron, porém possui massa mais de 200 vezes maior.
Apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP por meio do Projeto Temático “Física nuclear de altas energias no RHIC e LHC”, do “Projeto de um ASIC de aquisição e processamento digital de sinais para o Time Projection Chamber do experimento Alice” e do projeto “Desenvolvimento de instrumentação científica para o experimento Alice do LHC-CERN”, o desenvolvimento do Sampa também contou com a coordenação de Wilhelmus Adrianus Maria Van Noije, professor titular sênior da EPUSP, e Marco Bregant, outro professor doutor do IFUSP.
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