A história do mundo nos trouxe à atual crise climática, e uma pesquisa realizada por cientistas do Reino Unido e Suíça sugere que o planeta pode estar caminhando em direção a uma situação semelhante ao passado: a formação de um supercontinente. No entanto, essa perspectiva, projetada para ocorrer daqui a 250 milhões de anos, levanta sérias preocupações sobre a extinção em massa da vida na Terra, especialmente entre os mamíferos, conforme alertado no estudo intitulado “Climate Extremes Likely to Drive Land Mammal Extinction During Next Supercontinent Assembly”, conduzido por pesquisadores do Reino Unido, Suíça e Estados Unidos.
O estudo foi publicado na seção de geociência da renomada revista científica Nature nesta segunda-feira (25). A previsão de reunificação dos continentes terrestres em uma nova Pangeia é resultado da modelagem climática realizada pelo serviço meteorológico britânico em colaboração com a Universidade de Bristol (Inglaterra).
Na era da Pangea Ultima, o possível futuro supercontinente, o jornal The Guardian informou que são esperadas temperaturas 30°C mais quentes em áreas terrestres, juntamente com alta umidade nas regiões costeiras e desertificação no interior. Essas condições de calor extremo seriam comparáveis ao período Permiano-Triássico, ocorrido há 260 milhões de anos, quando mais de 90% das espécies foram extintas.
Os longos períodos de calor com temperaturas superiores a 40°C estarão além da capacidade de muitas formas de vida, incluindo plantas e mamíferos, de tolerar. Além disso, o sol, mais antigo, emitirá maior quantidade de radiação.
Essa situação inevitavelmente teria um impacto significativo na raça humana, que se acostumou a um clima mais ameno em comparação com outras eras da Terra. Uma das principais consequências das temperaturas extremas seria o colapso da agricultura e da criação de gado. No entanto, isso seria uma preocupação secundária em relação aos desafios mais imediatos, como a crise climática que enfrentamos neste século 21.
Alexander Farnsworth, da Universidade de Bristol, destacou: “A Terra possui um ambiente altamente variável. A humanidade tem sido afortunada com as condições atuais, e não deveríamos pressionar nosso clima para além do ambiente mais frio no qual evoluímos. Embora sejamos a espécie dominante, a Terra e seu clima determinam por quanto tempo isso continuará. O que o futuro reserva é incerto, e a espécie dominante pode ser algo completamente novo.”
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