Cientistas estão explorando o campo emergente das “plantas eletrônicas” para incorporar funcionalidades eletrônicas em árvores e culturas agrícolas. Um transístor feito inteiramente de madeira eletricamente condutora pode ser o bloco de construção fundamental para essa tecnologia. Em vez de inserir circuitos eletrônicos dentro das plantas, o estudante Van Tran criou um transístor de madeira que é mais adequado para ser inserido dentro das plantas.
Embora os primeiros transistores de madeira sejam maiores e mais lentos do que os transistores eletrônicos convencionais, sua aplicação é para monitorar a resistência das plantas ao estresse ambiental ou reações a fertilizantes, pesticidas ou irrigação – tudo ao ritmo das plantas na silvicultura ou na agricultura. A pesquisa abre possibilidades para monitoramento e melhorias em culturas agrícolas e florestais.
Os pesquisadores utilizaram um processo químico e de aquecimento para retirar a lignina – substância orgânica que liga as células da madeira e das plantas – de pedaços de madeira balsa, conhecida pela sua baixíssima densidade e amplamente utilizada na construção de aeromodelos. Essa etapa permitiu liberar espaço dentro e entre os tubos de água natural, chamados lúmen. Entretanto, outros tipos de madeira como bétula e freixo não apresentaram o mesmo rendimento ou estabilidade.
Posteriormente, os pesquisadores imergiram a madeira em uma solução contendo um polímero condutor, o que permitiu que o polímero revestisse o lúmen, criando uma madeira eletricamente condutora que pode interagir com eletrólitos, substâncias que conduzem eletricidade quando dissolvidas em água. Com isso, foi possível criar o primeiro transístor de madeira.
Apesar de terem realizado diversos testes de comutação ou chaveamento, ainda não foram construídos circuitos práticos com este tipo de tecnologia. A equipe acredita ser possível cultivar madeira condutora com o polímero condutor já inserido, o que eliminaria a necessidade do primeiro passo, que é a remoção da lignina. No entanto, ainda é necessário trabalhar na miniaturização para que seja viável a produção de transistores de madeira em grande escala. Segundo Engquist, é mais provável que cada pedaço de madeira ou planta contenha apenas alguns transistores eletroquímicos na escala milimétrica.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.