Uma conquista notável foi alcançada com o registro de um pulsar em uma resolução sem precedentes. Sob a liderança do pesquisador Shigeki Aoki, da Universidade de Kobe, no Japão, cientistas utilizaram filmes sensíveis à radiação e um balão para capturar detalhadamente o Pulsar da Vela e suas emissões de raios gama durante um experimento realizado em 2018.
O Pulsar Vela, formado por uma estrela de nêutrons que colapsou sobre si mesma, está localizado a cerca de mil anos-luz da Terra e possui quase 20 km de diâmetro.
Com uma incrível taxa de 11 rotações por segundo, este pulsar libera jatos de partículas a 70% da velocidade da luz conforme gira.
Pesquisadores recentemente capturaram o Pulsar Vela em resolução 40 vezes superior, revelando detalhes inéditos sobre esse poderoso emissor de raios gama.
Filmes fotográficos e a detecção do pulsar
Os pesquisadores optaram por um dos materiais mais tradicionais para a detecção de radiação: filmes fotográficos. Portanto Shigeki observou: “Nosso grupo tem explorado a excelente capacidade dos filmes de emulsão para reconstituir raios gama com alta precisão”.
A alta sensibilidade dos filmes combinada com uma nova abordagem de extração de dados os motivou a experimentar um método inovador: eles empilharam os filmes como se fossem várias panquecas em um prato, a fim de registrar a trajetória das partículas dos raios gama com alta precisão no momento do impacto. Posteriormente, essa pilha foi instalada em um balão científico.
Assim, voando a uma altitude de até 40 km, o balão foi capaz de minimizar a interferência atmosférica durante as observações.
Dessa forma, o método proporcionou registros com uma precisão incrível de 1/10.000 milímetros.
No entanto, autor explicou: “Ao incorporar informações de tempo e combiná-las com dados de monitoramento de atitude, conseguimos determinar ‘quando’ e ‘onde’ os eventos ocorreram com uma precisão tão excepcional que a resolução resultante foi mais de 40 vezes superior à dos telescópios de raios gama convencionais”.
Embora a técnica ainda esteja em fase de desenvolvimento, ela promete revolucionar a forma como os pesquisadores observam os raios gama. Aoki acrescentou: “Com experimentos em balões científicos, podemos potencialmente contribuir para várias áreas da astrofísica, especialmente abrindo caminho para a ‘astronomia de mensagens múltiplas’, na qual diferentes técnicas capturam medidas simultâneas do mesmo evento”.
Fonte: The Astrophysical Journal; Via: Kobe University
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