Muito temos conversado, neste espaço do “Engenharia em Pauta”, sobre inovações. Ainda bem, porque sem elas ainda estaríamos na Idade da Pedra, ou mesmo em épocas anteriores, pois uma ponta de flecha feita de sílex já era uma enorme inovação naqueles tempos tão distantes…
E seu conceito é simples, porém implica em várias coisas a considerar, pois o “Manual de Oslo” [1], que é a referência mundial sobre o assunto, nos dá como definição geral:
“Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou de um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas”.
E também: “O requisito mínimo para se definir uma inovação é que o produto, o processo o método de marketing ou organizacional sejam novos (ou significativamente melhorados) para a empresa. Isso inclui produtos, processos e métodos que as empresas são as pioneiras a desenvolver e aqueles que foram adotados de outras empresas ou organizações.
“Um aspecto geral de uma inovação é que ela deve ter sido implementada. Um produto novo ou melhorado é implementado quando introduzido no mercado.”
O referido “manual” prevê que a inovação pode ocorrer em:
- Produtos, aqui incluídos bens ou serviços;
- Métodos de Marketing;
- Processos organizacionais.
Dois pontos importantes já ficam claros: o primeiro é que uma inovação não precisa ser algo mirabolante, fantástico, tecnologicamente maravilhoso, que exija grande criatividade; o segundo é que tudo aquilo que for novo e atender a uma necessidade, em qualquer uma das áreas acima indicadas, pode ser considerado uma inovação! Assim, como exemplo, uma dona de casa que descubra um novo método mais fácil e funcional de ajudá-la nas tarefas domésticas, já criou uma inovação… Foi o caso da bacia conjugada a uma peneira criada pela dona-de-casa Therezinha Beatriz Alves de Andrade Zorowich, que reconheceu a utilidade de sua inovação e então vendeu os direitos da “lavadora de arroz” para um fabricante de brinquedos, o que lhe gerou substancial reforço do seu orçamento familiar [2]…
Mas, para inovar, temos que nos disponibilizar a isso… Por exemplo, fazer como a dona Therezinha, que provavelmente juntou dois recipientes, uma tigela para o arroz e uma peneira encostada a ela, e simplesmente bolou algo para unir os dois… Ela observou e chegou à conclusão que toda esta “gambiarra”, que provavelmente vazava, poderia se definidamente unida em um só dispositivo… Talvez ela tenha feito a si mesma alguma das perguntas fundamentais para os inovadores: “e se…?”, “por que não…?”, “e se eu fizer assim…?”. Pois é… É uma questão de abrir-se para a novidade, para o desconhecido, para o questionamento das coisas do dia a dia… Pense nisso…
Referencias:
[1] “Manual de Oslo – diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação” – OECD – Organização. para Cooperação e Desenvolvimento Econômico/Gabinete Estatístico das Comunidades Européias. Publicado pela FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos – MCT. 3ª edição – 1997.
[2] https://blogengenhocas.blogspot.com/, acessado em 09 de abril de 2022.
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