No “Engenharia em Pauta” da semana passada conversamos sobre como tornar o binômio ensino/aprendizagem menos penoso e mais efetivo, ok? E tudo baseado em um provérbio chinês bem legal, que diz:
“Diga-me e eu esquecerei.
Mostre-me e eu posso lembrar.
Envolva-me e eu vou entender.”
Com base no provérbio, vemos que a aprendizagem efetiva se dá por experiência, ou seja, vivência no que se precisa aprender; por processamento, onde o aprendiz, a partir da experiência, procura aprofundar-se no assunto; por generalização, onde o aprendiz motivado procura aprender coisas novas a respeito; e por atuação, onde ele aplica na realidade o conhecimento adquirido…
Pode parecer complicado aplicar tais conceitos em nossas salas de aula, o que até pode ser uma verdade, devido aos paradigmas sempre presentes em nós mesmos e no sistema escolar, e que nos conduzem a metodologias antigas e pouco eficientes… Mas em minhas andanças pelo Brasil e exterior, pude constatar que muita coisa boa está acontecendo, o que nos dá esperança. Então gostaria de contar um pouco do algo que já vi por aí…
Por exemplo, em uma conceituada universidade da Alemanha, nos cursos de engenharia, a presença do setor produtivo junto à universidade é constante, no aconselhamento e atualização dos conhecimentos a trabalhar nas disciplinas. Estas, por outro lado, se dedicam apenas aos conceitos básicos e fundamentais da “ciência engenharia”, com as nuances tecnológicas apenas trabalhadas no final do curso. E mais: de todo o curso, de apenas quatro anos, um ano completo, dividido em dois semestres, é passado no mercado de trabalho, em estágios e trabalhos muito bem orientados e cobrados.
Já nos Estados Unidos, visitei um “college” que tem um departamento de marketing bem funcional, que pesquisa constantemente quais são as tendências e necessidades do setor produtivo, então aplicando-as, se for conveniente, na atualização de seus cursos e mesmo na abertura de outros. Além disto, há um departamento encarregado de coordenar o trabalho dos alunos na formulação e atuação de quase a totalidade das atividades da instituição que não sejam afetas diretamente ao ensino, como esportes, comunicação, recepção à visitantes, etc. Com isto, desenvolvem os perfis dos alunos para atuação no mundo “real”.
Na pesquisa e pós-graduação, conheci várias instituições universitárias que fazem pesquisas constantes no setor produtivo para saber de suas necessidades. Com base nelas, levantam assuntos para a sua própria pesquisa e atividades de extensão, que passam então a atuar de modo mais real e produtivo, mas sem descurar da pesquisa básica.
Em nosso país, conheci uma instituição, que inclusive é dedicada à formação de engenheiros, que trabalha com seus alunos através de “Unidades de Aprendizagem”, que é uma metodologia ativa baseada em projetos, desde os primeiros períodos do curso. Tais projetos são encaminhados de modo a que os alunos vão aprendendo os diversos conteúdos e ferramentas de engenharia a partir de situações reais, de modo que seu interesse e conhecimento vai aumentando de modo gradativo e efetivo.
Quantos exemplos eu ainda poderia citar! Mas estes são suficientes para que se constate que “querer é poder”, e que, com criatividade e denodo, é possível criar estruturas altamente produtivas de aprendizagem, preparando profissionais competentes e de sucesso. É só ousar!
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